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O andebol também é para veteranos

O andebol também é para veteranos

Associação Desportiva e Cultural de Benavente é a única equipa da região a disputar o Torneio Nacional de Veteranos.

O andebol é um desporto de contacto que requer força física e velocidade. Mas desengane-se quem pensa que aos 40 se está velho para jogar andebol. Em Benavente, concelho de forte tradição na modalidade, um grupo de ex-atletas criou em 2016 o escalão de veteranos da Associação Desportiva e Cultural de Benavente (ADCB), a única equipa da região com esta categoria. Terminaram o Torneio Nacional de Veteranos em 8º lugar, numa prova ganha pelo Masters Andebol Porto. Antes de entrarem neste campeonato já antes faziam jogos entre amigos e colegas.
“Todos os anos marcávamos um almoço e fazíamos um jogo com duas ou três equipas. Foi levar as reuniões para a competição”, diz o pivô Rui Constantino, 43 anos, que trabalha na construção civil. “Temos sempre um apego ao jogo. Se somos jogadores queremos ser para toda a vida. Mesmo os treinadores pensam o jogo como atletas e não técnicos”, explica José Alberto, bancário de 52 anos, que além de treinar os seniores e juniores do ADCB é também seleccionador da Associação de Andebol de Santarém.
O objectivo inicial começou por reunir atletas que tinham deixado o andebol, mas de acordo com José Alberto o “projecto é aberto a qualquer um e há atletas nos veteranos que nunca praticaram a modalidade”. Para jogar neste escalão há que ter mais de 35 anos, ainda que numa primeira fase se permita usar por jogo dois atletas com mais de 28 anos. O convívio é o principal objectivo deste escalão. Treinam uma vez por semana mas chegam a ter mais de 20 participantes.

O convívio está primeiro
Nos jogos a camaradagem ultrapassa rivalidades. Após a partida as equipas juntam-se para uma refeição. João Henriques, de 46 anos, começou a jogar no Belenenses mas deixou cedo o andebol. Quando o filho se iniciou no ADCB, ficou responsável pelos escalões mais novos e o ‘bichinho’ conduzi-o aos veteranos.
“Jogo a ponta esquerda, ou então na ponta esquecida do banco. Para manter a linha estou a tentar jogar sem ofender os verdadeiros atletas. Aqui partilha-se, respira-se e vive-se andebol. É um grande convívio”, refere João que trabalha como comercial e trata da burocracia deste escalão.
Os seniores, juniores e juvenis já fizeram treinos com os veteranos e os mais velhos assumem que a idade já se faz sentir. “A jogar sentimo-nos jovens, apesar de termos a noção de que já não dá. A cabeça pensa mas o corpo não obedece. Rasga-se o músculo, há entorse. É preciso cuidado pois é um desporto de contacto”, referem.
Além da condição física há outras responsabilidades, como a família e o trabalho. Algumas das mulheres chegam a ir ver os treinos mas nem sempre é fácil ter hora livre para treinar. “Temos de fazer das tripas de coração para chegar a horas ao treino (19h15). Depois há outras tarefas a tratar como a informática, patrocínios e equipamentos. Alguns dos jogos são durante a semana. No dia 14 de Fevereiro à noite vamos jogar a Lisboa. Vai ser um Dia dos Namorados diferente e elas ainda não sabem. Temos de fazer uma brincadeira e trazê-las connosco, para não levarmos com os rolos da massa”, brinca João.
Apesar da boa época de estreia, este ano perderam o primeiro jogo contra o 1º Dezembro (16-20). O futuro é continuar a competir e esperam este ano organizar a fase final do campeonato que coincide com o mês da sardinha assada em Benavente.

O andebol também é para veteranos

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