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Vereadora de Almeirim usa cargo em guerra do marido com rival do União
Maria Emília Moreira

Vereadora de Almeirim usa cargo em guerra do marido com rival do União

Maria Emília Moreira envia e-mail da câmara a afrontar André Mesquita devido a alegados casos de aliciamento de jogadores de futebol do Fazendense pelo presidente do União de Almeirim.

A vereadora da Educação na Câmara de Almeirim, Maria Emília Moreira (PS), usou a sua posição de autarca para afrontar o empresário e presidente do União de Almeirim, tomando as dores do marido, que é presidente do Fazendense e que anda em guerra com o dirigente do clube rival, André Mesquita. A vereadora mandou em Setembro de 2016 um e-mail a Mesquita, do seu endereço electrónico da câmara, na qualidade de vereadora, no qual, além de fazer considerações sobre o carácter do presidente do União, ainda diz, em tom de ameaça, que poderá rever o seu sentido de voto em relação a certos assuntos e certas propostas.
A vereadora acabou por não ser pronunciada para julgamento porque a juíza de instrução entendeu que as expressões usadas, apesar de a arguida ter “exagerado nas palavras”, “não atingem uma carga negativa suficiente para assumirem relevância jurídico-penal”. Justifica ainda na decisão instrutória, proferida na quinta-feira, 26 de Janeiro, no Tribunal de Santarém, que o que foi escrito no e-mail não teve o propósito de rebaixar e humilhar André Mesquita, que já fez saber que vai recorrer da decisão para o Tribunal da Relação de Évora.
A decisão critica, por outro lado, a actuação de André Mesquita, dizendo a juíza que “não é socialmente adequado que o mesmo aborde/alicie os trabalhadores e jogadores da associação desportiva rival sem sequer falar com o seu presidente ou dirigentes”. A juíza salienta que o marido da vereadora, Botas Moreira, estava psicologicamente desgastado por ver jogadores saírem do Fazendense, o que levou Maria Emília “a reagir em defesa do marido”.
André Mesquita, em declarações a
O MIRANTE, refere que só avançou com uma acusação particular por difamação, acompanhada pelo Ministério Público, porque “a vereadora refere que vai usar o seu direito de voto, quando tenho questões, enquanto empresário, que necessitam de aprovação da câmara”.
Na mensagem que enviou ao empresário e dirigente associativo, a autarca diz que Mesquita “tem comandado operações absolutamente vergonhosas e reveladoras da maior falta de carácter”. Depois acrescenta: “Nunca pensei que houvesse pessoas capazes de assediar e perseguir outras pessoas”, referindo-se ao facto do presidente do União ter contactos com jogadores de futebol de outros clubes e nomeadamente do Fazendense para que joguem pelo clube de Almeirim. E termina dizendo que Mesquita “se deveria voltar a sentar nas cadeirinhas da escola primária ou da catequese, ou até dos escuteiros, para aprender os valores da vida em sociedade”.

O que diz o e-mail da vereadora

Na parte final do e-mail a vereadora Maria Emília Moreira refere: “Para terminar e para que medite e reflicta, o nosso concelho merece ser um concelho muito forte e equilibrado a nível desportivo”. Mais à frente acrescenta: “Neste momento penso que é preciso Alguém, com A bem maiúsculo, para não dizer outra coisa, que dê um valente murro em cima da mesa e que ponha as pessoas no sítio certo já que elas, por si sós, não são capazes. De nada vale ter valores e coisas à vista se, no fundo, as pessoas não têm carácter”.
A terminar, a autarca insinua uma ameaça. “Penso que, no lugar que ocupo, o meu sentido de avaliação e de voto em relação a certos assuntos e a certas propostas tem que ser revisto. Sou muito mais autarca que política. Uma comunicação social, devidamente distante e isenta, se calhar está a fazer falta neste processo!!”.

Vereadora de Almeirim usa cargo em guerra do marido com rival do União

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