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União de Santarém sonha com cidade desportiva no Campo Infante da Câmara
MENTORES. José Gandarez e Pedro Fernandes deram a cara pelo projecto

União de Santarém sonha com cidade desportiva no Campo Infante da Câmara

Mais um projecto para um espaço nobre da cidade que tem estado subaproveitado. Clube apresentou projecto ambicioso à cidade e compromete-se a procurar investidores caso o município lhe ceda terrenos que valem quase 4 milhões de euros.

Ao longo das duas últimas décadas o Campo Infante da Câmara tem sido objecto de ideias e projectos - uns mais megalómanos, outros mais exequíveis - que nunca saíram do papel e agora foi a vez da União Desportiva de Santarém (UDS) apresentar à população um ousado projecto que propõe a construção de um complexo desportivo nesse espaço central da cidade.
A primeira perplexidade que ressalta é a de como é que um clube sem património nem dinheiro e que ainda tem dívidas ao fisco avança para um empreendimento deste calibre. O presidente da assembleia geral da UDS, José Gandarez, explicou na sessão de apresentação do projecto, na noite de 16 de Fevereiro, que é para se fazer a médio prazo e só se a cidade quiser - município incluído, pois é o proprietário dos terrenos que valem perto de 4 milhões de euros. Só com amplo consenso e a cedência de terrenos garantida, o clube pode avançar para a captação de financiamento privado através da SAD (Sociedade Anónima Desportiva) que pretendem criar até Abril próximo.
O projecto prevê a ocupação de terrenos municipais adjacentes ao actual Campo Chã das Padeiras. Contempla a reconversão do actual campo de futebol, dotando-o de 4 mil lugares; a construção de dois relvados sintéticos para futebol de 11 e râguebi; um relvado sintético para futebol de 7; campos de Padel; um centro de formação desportiva e para estágios; 350 lugares de estacionamento.
Aberta fica também a possibilidade de reconversão da actual praça de toiros Celestino Graça em pavilhão multiusos, mas aí a bola está do lado da Misericórdia de Santarém, dona do recinto e com quem a UDS tem mantido contactos. Aliás, antes da sessão pública de dia 16, que levou mais de uma centena de pessoas à sala da assembleia municipal, os dirigentes do clube já tinham apresentado o projecto e as suas intenções a diversas entidades, como a Câmara de Santarém, associações e partidos políticos.
Prevista está também a construção de um restaurante e de uma zona de comércio e serviços que serão as valências que proporcionarão o retorno financeiro aos eventuais investidores privados. A criação de uma pista de atletismo também é uma possibilidade em aberto.

Falta de espaços para treinar espoletou proposta
O presidente da direcção da UDS, Pedro Fernandes, e o presidente da assembleia geral, José Gandarez, apresentaram o projecto e deram as explicações. O projecto nasceu da imperiosa necessidade de dotar a UDS de melhores condições desportivas. Actualmente o espaço para treinar é escasso para a formação e equipa sénior de futebol, o que obriga o clube a andar com a casa às costas para treinar noutros recintos fora da cidade e a cancelar treinos da formação devido à impossibilidade de treinar quando chove demasiado. Além disso, os órgãos sociais pretendem implementar um projecto desportivo que leve rapidamente a equipa sénior da segunda divisão distrital, onde se encontra, aos campeonatos nacionais.
José Gandarez disse por mais do que uma vez que o projecto é para implementar a 5 ou 10 anos e que só avançará “se a cidade o quiser”. Em resposta a algumas intervenções do público, que sugeriram outros locais, como o CNEMA ou a zona do bairro Suíço, para implantar essas infraestruturas, Gandarez defendeu o Campo Infante da Câmara por já ali se encontrar o Campo Chã das Padeiras, que funciona como uma espécie de âncora, e por considerar que é diferenciador ter esse complexo no centro da cidade e não na periferia.

Vereadora foi só para ouvir

Na sessão estiveram presentes muitas figuras ligadas à política e ao movimento associativo, bem como vários sócios e pais de atletas da UDS que focaram a necessidade de se proporcionarem melhores condições para a prática desportiva. A vereadora do pelouro do Desporto, Inês Barroso (PSD), também esteve presente mas não interveio. “Vim só para ouvir”, disse a O MIRANTE. É provável que o assunto seja alvo de debate político nas reuniões de câmara e da assembleia municipal que se vão realizar nos próximos dias.

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