O editorial do último boletim municipal da Golegã gerou polémica na última assembleia municipal. Tudo porque o presidente da câmara, Rui Medinas (PS), escreveu no boletim: “Estarei comprometido até ao final do mandato em não sucumbir à tentação de hipotecar o futuro de todos nós deixando uma herança pesada a quem me vier a suceder”.
Uma frase que não foi do agrado do anterior presidente da câmara e actual presidente da Assembleia Municipal da Golegã, Veiga Maltez, até porque o vereador com o pelouro das finanças no anterior mandato era precisamente Rui Medinas.
“O senhor diz que quer deixar a câmara melhor do que a encontrou. Acontece que o senhor esteve comigo desde 2005 e o senhor foi o vereador responsável pelo pelouro das finanças e está um encarregado da câmara no público que pode confirmar que não se podia comprar um alfinete sem a sua autorização”, acusou Veiga Maltez acrescentando que qualquer requisição passava sempre por Rui Medinas.
“Não gostei dessas afirmações como não gostei de outras coisas mas agora não vale a pena estar a falar disso aqui. O sucesso não é oferecido, o sucesso é devido e é merecido e fico-me por aqui”, disse Veiga Maltez, que nas últimas eleições autárquicas candidatou-se à assembleia municipal por um movimento independente, depois de ter sido presidente de câmara durante alguns mandatos pelo PS.
Rui Medinas pediu a palavra e reconheceu que era verdade aquilo que Veiga Maltez tinha acabado de dizer. Mas deixou uma ressalva: “Como se há-de lembrar muito bem, o senhor se quisesse fazer alguma coisa, eu, enquanto responsável pelo pelouro das finanças, não lhe dizia que não e fazia aquilo que queria e bem entendia”. E acrescentou: “Aquilo que eu digo não é nada ofensivo. Há factos que eu conhecia, há outros que desconhecia e há outros que se foram revelando”, concluiu Rui Medinas.