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Oliveira milenar de Mouriscas está a ser preservada

Oliveira milenar de Mouriscas está a ser preservada

A oliveira mais antiga de Portugal registada, a do Mouchão, em Mouriscas, no concelho de Abrantes, sobrevive até hoje graças aos proprietários de dois terrenos onde está plantada parte da árvore - “Fernando Matos, Teresa Abreu e Francisco Fernandes, caso contrário tinha sido cortada e transformada em lenha”, conta a O MIRANTE André Luiz-Lopes, da Ourogal, empresa que patrocina a intervenção de preservação da oliveira milenar, iniciada há três semanas.
Os trabalhos decorrem numa altura em que se soube também que caiu por terra a ideia de replantar outra oliveira milenar de Mouriscas em Londres, Inglaterra, por falta de garantias de sucesso dessa operação. A proposta partiu de um vereador luso-britânico em Londres, Guilherme Rosa, natural de Tomar, e pretendia evocar a antiga aliança entre os dois países.
De acordo com André Luiz-Lopes, foi estabelecido um protocolo entre a Ourogal, a Câmara de Abrantes e a Junta de Freguesia de Mouriscas no sentido da oliveira do Mouchão, património nacional classificado pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, ter “lá para Abril” uma protecção à volta do enorme tronco em forma de “murete em pedra seca, xisto branco” com as devidas placas de certificação.
Também o terreno “vai ser compactado com areão do Tejo, de forma a ter cobertura de arrelvamento espontâneo para manter a caracterização”, num trabalho de arquitectura paisagística já em andamento, conforme O MIRANTE constatou.
Há cerca de dois anos a Ourogal interessou-se pela oliveira do Mouchão muito por causa da sua ideia de internacionalização. A empresa, que vive das oliveiras do Ribatejo, “cria a sua marca de dentro para fora”. Por uma questão de “marketing” a empresa tentou perceber em que estado se encontrava a oliveira e também a sua idade.
“Não fazia sentido a datação de 350 anos e daí termos contactado o proprietário da empresa Oliveiras Milenares que tem um protocolo estabelecido com a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), possibilitando à UTAD realizar estudos de forma a criar uma patente oficialmente reconhecida capaz de datar cientificamente oliveiras e certificar”, explica.
Após a certificação dos 3350 anos a empresa procurou então a Câmara de Abrantes com a ideia de criar “uma parceria” onde se inclui a vertente social. Disponibilizaram-se “para acções conjuntas de interesse público procurando associar a imagem da oliveira” à marca, frisa.
Instituto Superior de Agronomia garante manutenção
Posteriormente a empresa estabeleceu um acordo com António Cordeiro, do Instituto Superior de Agronomia, cedendo-lhe “o direito de manter a oliveira do Mouchão nas melhores condições e garantir o seu bem estar”. E foi acordado com a Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes, situada em Mouriscas, que as intervenções na oliveira do Mouchão fossem feitas por alunos dessa escola. No âmbito do protocolo para manutenção e promoção da oliveira milenar de Mouriscas essas propostas foram apresentadas à Câmara de Abrantes onde se incluía “acções a nível social em três pilares: cultura, saúde e desporto” tendo em vista a cooperação entre as entidades outorgantes. O objectivo era criar “envolvências” com a comunidade na manutenção, promoção turística e divulgação científica da oliveira milenar.

Oliveira milenar de Mouriscas está a ser preservada

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