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Os bem pensantes anti-touradas que  me tomam por lorpa

O Festival Bullfest, cuja realização O MIRANTE noticiou e que decorreu em Lisboa, na Praça de Touros do Campo Pequeno a 18 de Fevereiro, foi mais uma oportunidade para aqueles que, para além de serem contra as touradas, lutam pelas sua proibição por decreto, fazerem ouvir mais uma vez a sua voz. Junto ao local do evento realizou-se uma manifestação com o apoio do Partido Animais Natureza que teve a participação de pouco mais de duas dezenas de pessoas. No Assembleia Municipal de Lisboa o Bloco de Esquerda contestou o apoio da câmara ao evento na senda das iniciativas que tem tomado, nomeadamente a nível parlamentar, para proibir as touradas.
Resido em Torres Novas, tenho 58 anos, não sou aficionado e ao longo da minha vida fui a três ou quatro touradas sempre a convite de amigos e a uma dezena de festas populares com entradas ou largadas de touros, na área do Ribatejo. Nada do que vi me chocou particularmente mas choca-me que muitas pessoas que contestam as touradas sejam radicais e irracionais ao ponto de defenderem que se deviam espetar bandarilhas nas costas dos toureiros e coisas ainda piores.
Sou de uma geração em que os animais ainda não eram equiparados a homens nem geravam os milhões que gera actualmente a indústria que produz desde comida gourmet a produtos de higiene, brinquedos, etc, etc...para animais. Na minha infância e adolescência a vida, nomeadamente nas aldeias, era dura. Os animais ajudavam o homem. Os gatos apanhavam ratos, os cães guardavam rebanhos e quintas e recolhiam as presas abatidas nas caçadas, por exemplo. Fazer mal a animais que eram úteis era condenável.
Posso compreender que haja uma nova maneira de olhar para os animais e que haja muita gente a fazer negócio com isso mas gostava que a minha geração e as outras anteriores fossem respeitadas. Foi a nossa educação e é ainda a nossa cultura. Querem lavar-nos o cérebro?
O Bloco de Esquerda diz que desde 2010 as touradas já perderam mais de 53 por cento dos espectadores habituais. É desolador ouvir isto como um dos argumentos para desvalorizar as touradas. Desde 2010, com excepção, talvez, dos festivais de música do Verão, quase todas as actividades perderam espectadores e isso está relacionado com a crise económica. É normal que as touradas também tenham perdido espectadores e o Bloco de Esquerda sabe isso. Os seus dirigentes podem ser muito inteligentes mas escusavam de me estarem sempre a tomar por lorpa.
Joaquim Teixeira Marcial

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