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“Há ópticas que matam a concorrência à sua volta e depois fecham”

“Há ópticas que matam a concorrência à sua volta e depois fecham”

Hélio Gomes, 37 anos, gerente da Óptica Central da Castanheira do Ribatejo

Diz que está de bem com a vida e que não pode deixar de ser honesto pois foi assim que foi educado. O pouco tempo livre que tem é dedicado à família e ao convívio com os amigos. É um bom garfo e, sendo de Mirandela, adora alheiras com grelos. Já não vai ao cinema há mais de um ano e a última vez foi com os filhos. Anda entusiasmado com as vitórias do Benfica e diz que a saúde é essencial e que o resto vem por acréscimo.

Adoro passar os tempos livres com os meus filhos e levá-los a jogar futebol. E gosto de estar em casa com a família e de conviver com os meus amigos. Tenho tão poucos tempos livres que os tenho de aproveitar ao máximo.

Sou um bom garfo e como sou de Mirandela não dispenso umas alheiras com grelos. Tenho prazer em comer. O futebol também me vai dando ânimo para esquecer algumas coisas. Sou benfiquista e ultimamente tenho conseguido ver vitórias.

O último filme que fui ver foi de animação com os miúdos. Há muito tempo que não entro numa sala de cinema. Confesso que não grande fã de cinema e às vezes até adormecia (risos). Prefiro ficar em casa a ver documentários no canal História ou no National Geographic.

Sou um homem de bem com a vida. O meu maior sonho é ter saúde porque o resto vem por acréscimo. Se tivesse muito dinheiro ajudaria família e amigos. O que me revolta são notícias relacionadas com corrupção. Somos um país tão pequeno e fácil de governar que isso não se entende. Somos nós, a classe média, que faz mexer a economia. Não são os grandes empresários. É fácil taxar quem tem pouco porque não temos maneira de reclamar.

A medida mais urgente a reclamar do governo é a baixa dos impostos sobre as empresas. As micro empresas não têm ganho nada com as últimas medidas políticas. Seja como for, o que quero é chegar ao final do mês com a consciência tranquila e tudo pago.

Nós, os ópticos, devíamos ser uma profissão mais unida. Por vezes espanto-me por ver ópticas a matar a concorrência à sua volta e depois a fecharem portas. Quando elas fecham já mataram todo o mercado à sua volta. Nos últimos anos as ópticas surgiram como cogumelos e algumas fazem preços tão baixos que nem lhes dá para pagar a despesa.

Actualmente quem é honesto não se safa. Eu só vendo produtos que acredito terem qualidade. Seja como for vou continuar a ser honesto porque não sou capaz de ser de outra forma. Foi assim que fui educado pelos meus pais e avós. Também aprendi valores sólidos quando estudei nos Salesianos.

Não estou arrependido de me ter lançado por conta própria. Antigamente havia mais respeito pelos ópticos. As pessoas hoje pensam que ir a uma óptica é o mesmo que ir comprar sapatos ou ir a uma mercearia e isso é errado. Tenho clientes a regatear preços e outros que vêm cá depois de se terem sentido enganados noutras lojas.

Fui estudar para Lisboa em 1996 na área dos seguros. Quando terminei regressei à terra mas não gostava do que estava a fazer. Na altura pedi a um amigo, que era director-geral da Optivisão, para vir trabalhar no ramo da óptica em Lisboa. Acabei na loja do Centro Comercial Colombo, onde conheci aquela que é hoje a minha mulher. Quando apareceu a oportunidade de comprar a óptica da Castanheira avancei e não estou arrependido. Gosto muito do Ribatejo e já cá tenho alguma família. Actualmente vivo na Póvoa de Santa Iria.

A minha maior dificuldade é escolher armações para ter na loja para vender. Odeio escolher porque não sou pessoa de modas. Os fornecedores trazem muito as modas mas o que para eles é moda possivelmente para o meu público não é. O meu público alvo são pessoas já com uma certa idade e por isso os modelos que vendo têm de ser muito equilibrados.

Não consigo desligar completamente dos problemas mas já foi pior. Ter um negócio é complicado, sobretudo quando as pessoas não pagam. Prometem pagar nos meses seguintes e passam anos sem o fazer. Tenho clientes que me devem dinheiro desde 2009. Até deixaram de cá vir. Já mandei cartas e começo a perder a esperança de recuperar o que me ficaram a dever.

Adoro passar os tempos livres com os meus filhos e levá-los a jogar futebol. E gosto de estar em casa com a família e de conviver com os meus amigos. Tenho tão poucos tempos livres que os tenho de aproveitar ao máximo.

Sou um bom garfo e como sou de Mirandela não dispenso umas alheiras com grelos. Tenho prazer em comer. O futebol também me vai dando ânimo para esquecer algumas coisas. Sou benfiquista e ultimamente tenho conseguido ver vitórias.

O último filme que fui ver foi de animação com os miúdos. Há muito tempo que não entro numa sala de cinema. Confesso que não grande fã de cinema e às vezes até adormecia (risos). Prefiro ficar em casa a ver documentários no canal História ou no National Geographic.

Sou um homem de bem com a vida. O meu maior sonho é ter saúde porque o resto vem por acréscimo. Se tivesse muito dinheiro ajudaria família e amigos. O que me revolta são notícias relacionadas com corrupção. Somos um país tão pequeno e fácil de governar que isso não se entende. Somos nós, a classe média, que faz mexer a economia. Não são os grandes empresários. É fácil taxar quem tem pouco porque não temos maneira de reclamar.

A medida mais urgente a reclamar do governo é a baixa dos impostos sobre as empresas. As micro empresas não têm ganho nada com as últimas medidas políticas. Seja como for, o que quero é chegar ao final do mês com a consciência tranquila e tudo pago.

Nós, os ópticos, devíamos ser uma profissão mais unida. Por vezes espanto-me por ver ópticas a matar a concorrência à sua volta e depois a fecharem portas. Quando elas fecham já mataram todo o mercado à sua volta. Nos últimos anos as ópticas surgiram como cogumelos e algumas fazem preços tão baixos que nem lhes dá para pagar a despesa.

Actualmente quem é honesto não se safa. Eu só vendo produtos que acredito terem qualidade. Seja como for vou continuar a ser honesto porque não sou capaz de ser de outra forma. Foi assim que fui educado pelos meus pais e avós. Também aprendi valores sólidos quando estudei nos Salesianos.

Não estou arrependido de me ter lançado por conta própria. Antigamente havia mais respeito pelos ópticos. As pessoas hoje pensam que ir a uma óptica é o mesmo que ir comprar sapatos ou ir a uma mercearia e isso é errado. Tenho clientes a regatear preços e outros que vêm cá depois de se terem sentido enganados noutras lojas.

Fui estudar para Lisboa em 1996 na área dos seguros. Quando terminei regressei à terra mas não gostava do que estava a fazer. Na altura pedi a um amigo, que era director-geral da Optivisão, para vir trabalhar no ramo da óptica em Lisboa. Acabei na loja do Centro Comercial Colombo, onde conheci aquela que é hoje a minha mulher. Quando apareceu a oportunidade de comprar a óptica da Castanheira avancei e não estou arrependido. Gosto muito do Ribatejo e já cá tenho alguma família. Actualmente vivo na Póvoa de Santa Iria.

A minha maior dificuldade é escolher armações para ter na loja para vender. Odeio escolher porque não sou pessoa de modas. Os fornecedores trazem muito as modas mas o que para eles é moda possivelmente para o meu público não é. O meu público alvo são pessoas já com uma certa idade e por isso os modelos que vendo têm de ser muito equilibrados.

Não consigo desligar completamente dos problemas mas já foi pior. Ter um negócio é complicado, sobretudo quando as pessoas não pagam. Prometem pagar nos meses seguintes e passam anos sem o fazer. Tenho clientes que me devem dinheiro desde 2009. Até deixaram de cá vir. Já mandei cartas e começo a perder a esperança de recuperar o que me ficaram a dever.

“Há ópticas que matam a concorrência à sua volta e depois fecham”

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