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Fenomenal Manuel Serra d’Aire

Foram lançadas ao Tejo vinte lampreias equipadas com transmissores para testarem a escada passa-peixes existente no açude insuflável de Abrantes, numa investigação científica que me trouxe à memória o célebre envio para o espaço da cadela Laika pela União Soviética. E tal como no caso de Laika, que morreu poucas horas depois do lançamento do foguetão, transformando-se numa mártir do programa espacial soviético, também a monitorização da passagem para peixes do açude de Abrantes depressa fez vítimas.
Pelo que foi relatado por
O MIRANTE, uma das lampreias equipadas foi apanhada horas depois na Azinhaga, uns bons quilómetros abaixo de onde tinha sido lançada. O que nos leva a concluir que as lampreias não só não conseguem subir o Tejo em Abrantes como preferem pôr-se a milhas. Vá lá saber-se porquê. Talvez prefiram as águas menos revoltas da lezíria. Entretanto, se deres com algum aparelhómetro electrónico no meio de uma cabidela de lampreia não te admires. Podem ser os destroços de mais uma vítima da expedição. E já agora devolve a geringonça aos donos.
Entretanto, o ministro holandês das Finanças, ou lá o que é que o homem é, veio dizer que alguns países do sul, onde obviamente se inclui Portugal, andaram a estourar os rendimentos em copos e mulheres para depois ficarem com a corda na garganta e a esmolar dinheiro a quem andou a poupar. Este político devia ser demitido ou, no mínimo, posto de castigo com umas orelhas de burro ao canto da sala do conselho de ministros, pois já devia saber que o célebre rifão lusitano do “putas e vinho verde” já passou à história. É patranha que já não pega.
Se o ministro dos Países Baixos (só podia...) dissesse que a malta andou a estourar o que tinha e o que não tinha em festivais de Verão, viagens às Maldivas e às Caraíbas, Ferraris, Porsches e Maseratis, casas na praia, gin e whisky de malte talvez estivesse mais próximo da verdade. Além disso, na sua tresloucada acusação deixa de fora os abstémios, os gays e as mulheres lusitanas, ficando assim por explicar onde é que andaram a gastar a massa antes de irem também à falência. O que é uma falha discriminatória de todo o tamanho ou do tamanho de um holandês médio, que geralmente é grande que se farta.
E digo mais: os holandeses não têm moral para virem falar dos comportamentos boémios dos tugas e vizinhos do sul quando eles próprios têm ajudado a alimentar as nossas fantasias e comportamentos licenciosos há muitos anos, dando ao mundo tentações como o bairro da luz vermelha, a boa cerveja e a malograda Sylvia Kristel, que com a sua “Emanuelle” criou hábitos cinéfilos a muito bom chefe de família que até aí se limitava a ver as comédias do Vasco Santana e do António Silva. Ou seja, os holandeses são uns desencaminhadores natos e ainda têm a lata de nos criticar. Portanto, bardamerda para o ministro e para os moralistas que fazem coro com ele.
Saudações boémias do
Serafim das Neves

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