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É necessário educar população para eliminar tuberculose em Portugal
Foram vários os médicos e especialistas que participaram na sessão pública que decorrem na Escola Superior de Saúde de Santarém

É necessário educar população para eliminar tuberculose em Portugal

Distrito de Santarém com poucos casos de tuberculose em relação ao resto do país. Segundo dados provisórios divulgados pela Direcção-Geral da Saúde, Portugal registou 18 novos casos por 100 mil habitantes em 2016, voltando portanto a descer o número de pessoas com tuberculose.

O distrito de Santarém tem tido números baixos de doentes com tuberculose e um dos principais motivos é o facto de ser um meio mais rural, sendo que esta doença se propaga mais facilmente em meios com grande densidade demográfica. Entre 2011 e 2015 surgiram 326 novos casos em todo o distrito de Santarém. Os concelhos com maior predominância da doença foram Santarém e Abrantes, com 65 e 51 casos, respectivamente. A taxa de mortalidade regista-se nos 7,7 por cento e a taxa de sucesso da doença é de 91,7%.
Os dados foram revelados por José Miguel Carvalho, médico pneumologista, coordenador do Programa de Tuberculose de Santarém, durante a sessão pública, intitulada “Vencendo a Tuberculose”, que decorreu no auditório da Escola Superior de Saúde de Santarém, na quinta-feira, 23 de Março, véspera da data em que se assinalou o Dia Mundial da Tuberculose.
A coordenadora do Programa Nacional para a Infecção VIH/sida e Tuberculose, Raquel Duarte, que foi uma das oradoras da sessão pública, referiu que, apesar dos números serem baixos, a tuberculose é uma doença que não devia existir uma vez que há tratamento, há prevenção disponível e há meios para a sua detecção. “É possível eliminar a tuberculose mas para isso temos que fazer mais do que estamos a fazer actualmente. Temos que educar a população, melhorar a adesão ao tratamento e identificar pessoas expostas à doença e em risco. Se trabalharmos todos em conjunto conseguimos, de facto, eliminar a tuberculose”, afirmou.
Raquel Duarte lembrou a ligação da tuberculose com causas ou determinantes sociais e económicos, como a situação de pobreza ou as condições de habitabilidade. A especialista alertou ainda para a necessidade de se analisar o papel do consumo do tabaco e do álcool para esta doença, indicando também que continua a ser necessário pensar a tuberculose fora dos contextos dos grupos de risco (como toxicodependentes ou doentes com VIH).
“Se eu for ao médico e me queixar dos sintomas mais frequentes desta doença que são tosse, expectoração e emagrecimento vão demorar mais tempo a chegar ao diagnóstico do que se o doente for desempregado, não ter muitos rendimentos e ser toxicodependente. É muito importante os médicos estarem alerta e muito atentos porque esta é uma doença que deve ser tratada rapidamente”, explicou.
Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), todos os dias ficam doentes com tuberculose cerca de mil europeus. Portugal tem acompanhado a tendência mundial e europeia de descida da incidência da doença. Só entre 2006 e 2015 o número de casos em Portugal reduziu 36 por cento.
Para Raquel Duarte estes números são animadores mas fazem Portugal traçar uma nova meta, que é descer aos dez novos casos por 100 mil habitantes. Aliás, apesar da redução constante dos últimos anos, Portugal era em 2015 um dos países da Europa ocidental com mais elevada taxa de incidência da doença.

É necessário educar população para eliminar tuberculose em Portugal

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