O presidente da Federação dos Bombeiros de Santarém diz o óbvio sobre a dificuldade de recrutar voluntários para os bombeiros mas podia dizer mais. Sou um simples cidadão que constata que cada vez há uma maior participação cívica e que muitas vezes são as associações e a forma como são dirigidas que estão na origem de tal facto. Bem como o facto de algumas funcionarem como funcionavam há vinte ou trinta anos.
Quanto aos bombeiros há cada vez mais pessoas a trabalhar longe do local de residência o que também prejudica a participação. Seja porque não há possibilidade de acorrer a uma chamada, seja porque quem demora uma ou duas horas de transportes para chegar a casa e no dia seguinte tem que se levantar cedo, já não tem vontade de ir fazer trabalho voluntário. Por outro lado os jovens do interior estão na maior parte dos casos a estudar nas grandes cidades e por lá ficam depois de acabarem os estudos. Uma população envelhecida por boa vontade que tenha, já não consegue a operacionalidade que a função exige como nota o presidente da Federação de Santarém dos Bombeiros.
Os nossos voluntários são muitas vezes funcionários municipais a quem são dadas facilidades para o poderem ser e a contratação de profissionais ainda não foi encarada a sério. Havia câmaras municipais que tinham corpos de bombeiros e que acabaram com eles, preferindo apoiar voluntários porque a legislação da função pública não é adequada àquelas funções que exigem grande versatibilidade e flexibilidade.
Leonardo Correia Pinto