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Mulheres em clara minoria na toponímia de Santarém

Mulheres em clara minoria na toponímia de Santarém

Em quase 700 nomes apenas 41 são de personalidades do sexo feminino

Actualmente, dos 692 topónimos da União de Freguesias da Cidade de Santarém, apenas 41 têm nome de mulheres. A maioria das ruas, avenidas, largos e praças têm nome de homens (307) e outras designações (344), segundo dados da Câmara de Santarém divulgados na palestra “Toponímia no Feminino em Santarém”, que decorreu no centro comercial W Shopping. Um cenário que deve ser alterado no entender da vereadora Susana Pita Soares, pois “há tantas mulheres com talento”.
Ana da Silva, professora da Escola Superior de Educação de Santarém, refere que há 22 casos de grupos de género, evidenciando uma tendência para a concentração profissional no espaço urbano, bem como uma especialização de género. “Para os homens temos, por exemplo a Rua dos Ferreiros, Carpinteiros, Pescadores, a Travessa dos Pasteleiros, Serralheiros e o Beco dos Tanoeiros. Nas mulheres temos a Travessa das Frigideiras, Beco das Cartaxeiras e Praceta das Cortezes”, enumera.
Diz ainda que há um caso único de igualdade de género, que é o caso da Travessa das Capuchas e dos Capuchos.
Há 309 registos, dos quais 271 homens e 38 mulheres, com nomes próprios ou eventualmente com nomes de família assinalados por “do ou da”. “Temos também dois casos de um mesmo e curioso nome com paridade de género: Rua Júlio Queijeiro e Rua Maria Isabel Queijeiro”, conta Ana da Silva, acrescentando que existem também dois casos em igualdade nos quais a profissão antecede o nome - a Rua Campino Manuel Sabino e Rua Actriz Alda Rodrigues.
Relativamente à distribuição dos registos de pessoas identificadas por reconhecimento em determinada área de actividade verifica-se na religião 44 homens e 20 mulheres, na arte e cultura 67 homens e 8 mulheres, na pedagogia 30 homens e 7 mulheres, na economia e finanças 16 homens e uma mulher, na política, 75 homens e uma mulher, na área militar 39 homens e nenhuma mulher e no desporto três homens e nenhuma mulher.
Já na distribuição dos registos de pessoas identificadas por âmbito geográfico, o número de pessoas de Santarém na toponímia da cidade é elevado. Neste caso, são 129 homens e 13 mulheres.
A palestra e exposição que se seguiu apresenta o projecto final de curso de Ernesto Nobre, aluno de 3.º ano do Curso de Educação Social na Escola Superior de Educação de Santarém, que tem como objectivo principal mostrar através da toponímia que ainda há uma disparidade e desigualdade na atribuição de nome de ruas a mulheres, homens e outros. Além disso, procura também, de acordo com Ernesto Nobre, “envolver a comunidade, sensibilizá-la, levá-a a reflectir e, de alguma forma, dar a conhecer também as figuras que dão nome à toponímia”.

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