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Ministério Público investiga alegadas irregularidades no Convento de Cristo

Ministério Público investiga alegadas irregularidades no Convento de Cristo

Em causa situações envolvendo funcionários e estragos no monumento

A secção do Ministério Público de Tomar tem em curso investigações sobre supostas irregularidades, envolvendo funcionários do Convento de Cristo e estragos durante uma filmagem no monumento, confirmou à Lusa a Procuradoria-Geral da República.
Questionada sobre se estava em curso alguma investigação, na sequência da reportagem emitida pela RTP no dia 2 de Junho, o gabinete da PGR confirmou à agência Lusa “a existência de investigações relacionadas com a matéria”, que “correm termos no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Santarém (secção de Tomar)”.
Em concreto, a Lusa questionou sobre a alegada prática de crimes por parte de funcionários do Convento de Cristo, em Tomar, de desvio de dinheiros da bilheteira, e da directora, por alegada utilização irregular de funcionários do monumento em obras particulares; perguntou igualmente se deu entrada alguma queixa ou denúncia sobre alegada destruição de património do monumento durante a rodagem de um filme de Terry Gilliam.
O ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, revelou que pediu uma auditoria para averiguar os alegados problemas de bilheteira no Convento de Cristo, em Tomar. Falando em audiência parlamentar, o ministro disse que foi aberta uma auditoria no seguimento da reportagem da RTP, sobre uma eventual fraude na bilheteira do monumento nacional dirigido por Andreia Galvão.
O caso, disse o ministro, “é respondido com uma auditoria, da mesma maneira que aconteceu com os Jerónimos, face a denúncias que nos chegavam, que foi feita uma auditoria e concluiu que havia matéria para o Ministério Público investigar”.
A existência de danos no Convento de Cristo, alegadamente causados pela rodagem de um filme de Terry Gilliam, foi também um dos assuntos mais abordados pelos deputados na audiência de terça-feira, na comissão parlamentar de Cultura.
Castro Mendes explicou que a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) abriu um inquérito na segunda-feira e que terá 20 dias para apresentar conclusões sobre o que aconteceu ao convento. Na mesma reportagem que denunciou problemas de bilheteira, a RTP mostrou imagens de danos alegadamente causados pelas filmagens daquela produção internacional em pedras, telhas e decorrentes de uma fogueira ateada num dos claustros.
O ministro desvalorizou as críticas apontadas pelos deputados à actuação do Convento de Cristo e disse que não fará “juízos de valor e condenações na praça pública antes de ter o apuramento rigoroso dos factos”.
De acordo com o governante, houve controlo de bombeiros e funcionários sobre a utilização de quatro dezenas de botijas de gás para simular uma fogueira e que os prejuízos “foram vistos pela companhia de seguros e o seguro era na ordem dos 2,5 milhões de euros”.
Os estragos verificados no mosteiro foram avaliados em 2.900 euros por pedras danificadas num claustro que não foi utilizado nas filmagens e por telhas partidas.

Produtora diz que rodagem de filme cumpriu condições definidas

A rodagem de “O homem que matou D. Quixote”, de Terry Gilliam, no Convento de Cristo, em Tomar, cumpriu “todas as condições estipuladas” e teve “sempre acompanhamento técnico” dos profissionais do monumento, garantiu esta segunda-feira, 5 de Junho, a produtora Ukbar Filmes.
Em resposta a um pedido de esclarecimento, os produtores Pablo Iraola e Pandora da Cunha Telles reconheceram que se verificaram alguns danos na rodagem: seis telhas convencionais partidas e “quatro fragmentos pétreos de dimensões reduzidas”.
Os danos “foram devidamente contabilizados pela equipa de peritagem associada ao convento, que tão bem conhece o espaço e fez a sua avaliação antes e depois da rodagem”, afirmam os produtores associados desta produção internacional.
Sobre a recuperação dos danos, a Ukbar Filmes refere que “irão ser aplicadas as mesmas técnicas que se aplicam habitualmente para este tipo de construção e que o convento utiliza ano após ano para tratar a deterioração habitual do mesmo”.
“O homem que matou D. Quixote” é uma coprodução entre Portugal, Espanha, França, Bélgica e Inglaterra, com um orçamento total de 16 milhões de euros. O elenco incluiu Adam Driver, Jonathan Pryce, Stellan Skarsgard, Olga Kurylenko, Rossy de Palma e Joana Ribeiro, além de centenas de figurantes locais.

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