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Críticas à construção da estação elevatória de Ribeira Ruiva junto a praia fluvial
polémica. Obra não reúne consensos e custa 3 milhões e meio de euros

Críticas à construção da estação elevatória de Ribeira Ruiva junto a praia fluvial

Populares, autarcas e forças políticas defendem deslocalização do equipamento. Câmara de Torres Novas vai abordar assunto com a Águas do Ribatejo, dona da obra.

A localização escolhida para a construção da nova estação elevatória de esgotos domésticos de Ribeira Ruiva, junto ao rio Almonda, no concelho de Torres Novas, está a ser contestada por moradores, autarcas e forças partidárias, que pedem à empresa intermunicipal Águas do Ribatejo, responsável pela obra, e à Câmara de Torres Novas para reconsiderarem essa opção. A obra está a ser edificada onde existia a anterior estação, segundo informa a Águas do Ribatejo (ver caixa).
Para quem reclama não está em causa o equipamento em si, por todos admitido como necessário, mas o facto de estar a ser construído junto ao rio Almonda, à entrada de Ribeira Ruiva, numa zona vocacionada para o lazer. Disso mesmo se queixou Sérgio Formiga, ex-presidente de Junta da Ribeira Branca, durante a última reunião do executivo da Câmara de Torres Novas, recordando que a freguesia (entretanto unida com as de São Pedro e de Lapas) fez um grande investimento na praia fluvial próxima, com limpeza e recuperação do espaço. “Estão ali mais de 200 mil euros investidos”, recordou o ex-autarca.
O presidente da Câmara de Torres Novas, Pedro Ferreira (PS), refere que a obra, que fez parte de uma candidatura a fundos comunitários apresentada pela Águas do Ribatejo – empresa da qual o município é associado -, vem colmatar uma necessidade, já que a antiga estação elevatória nem sempre funcionou devidamente. Adianta ainda que já reuniu os técnicos e visitou a estação elevatória, garantindo que vai abordar a situação com a Águas do Ribatejo.
O vereador Henrique Reis (PSD) considera que o município “ainda está a tempo de remediar” a situação, sugerindo que o município faça um esforço para encontrar uma solução sob pena de “corrermos o risco de amanhã nos arrependermos”.
Já a vereadora Filipa Rodrigues (CDU) disse que a situação já foi denunciada há mais de um mês e que, de facto, o que está em causa não é a estação elevatória mas a sua localização “em cima do rio”. A autarca comunista aproveitou ainda para questionar o presidente da câmara se está ou não com a população da Ribeira e se quer ou não alterar a localização da estação elevatória.
“Estou com a população e com as freguesias, mas quanto à localização da estação elevatória não me pronuncio”, declarou Pedro Ferreira, reiterando que não poderia parar de imediato a obra, pois teria de falar primeiro com a Águas do Ribatejo.
A vereadora Helena Pinto (Bloco de Esquerda) referiu que o facto de a obra ser financiada por fundos comunitários não implica que a situação não possa ser revertida e considera que tudo depende “de bom senso e de vontade política”. E defendeu que a solução é o município pedir a suspensão da obra e procurar-se outra localização antes que se gaste mais dinheiro.

Estação com vista para o parque de merendas
Recorde-se que a 28 de Maio os populares de Ribeira Ruiva realizaram uma breve manifestação contra a obra em que criticavam, além do impacto visual e ambiental, a inviabilização do edifício construído para dar apoio à praia fluvial, que aguarda concurso para a concessão de uma cafetaria.
Antes, a 2 Maio, a CDU de Torres Novas já tinha emitido uma nota de imprensa onde defendia a alteração de local da estação. “Próxima desta nova estação elevatória está a chamada ‘Casa do Rio’, imóvel construído não só para ser explorado como cafetaria, mas também para dar apoio às actividades fluviais e balneares que regularmente são ali efectuadas. No mesmo local, e com vista directa para a nova estação elevatória, está o parque de merendas”, denunciava a CDU.

As explicações da Águas do Ribatejo

A empresa intermunicipal Águas do Ribatejo, contactada por O MIRANTE, explica que a estação elevatória de Ribeira Ruiva está a ser construída no mesmo local onde existia a anterior. Adianta que o projecto foi submetido a apreciação das várias entidades, incluindo Câmara de Torres Novas e União de Freguesias de Torres Novas, Lapas e Ribeira Branca, não tendo havido qualquer discordância.
“A construção cumpre todas as exigências em termos de impacte ambiental e tem elevado interesse público”, declara a empresa, referindo que o equipamento “é fundamental para o bom tratamento das águas residuais eliminando a carga poluente nas linhas de água”. A obra está integrada na empreitada a decorrer no subsistema de saneamento de Lapas/Ribeira Branca cujo valor do investimento global é de 3.542.476,87 euros.

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