
Emoção e tradição nas ruas de Vila Franca de Xira durante mais um Colete Encarnado
Moradores dizem que houve mais gente nas ruas e isso dinamizou também os negócios. Quem vive na cidade diz que há muitos anos que não via tanta gente no Colete Encarnado, especialmente durante a homenagem ao campino. Bom tempo ajudou à festa e os toiros voltam às ruas em Outubro.
Há muitos anos que não se via tanta gente nas ruas de Vila Franca de Xira durante as festas do Colete Encarnado, especialmente no momento alto da festa, a homenagem ao campino, garantem vários moradores da cidade.
Durante três dias a cidade viveu a sua festa maior onde não faltaram concertos, noite da sardinha assada, fado, sevilhanas, largadas de toiros e corridas de toiros na Palha Blanco, com as ruas mais antigas da cidade repletas de gente, especialmente na noite de sábado. “É bom ver muita gente nas ruas, é sinal que a festa está a cativar mais visitantes e que estas tradições não se perdem. A maioria das caras não conheço e nos outros anos não foi assim”, diz a O MIRANTE Filomena Nunes, moradora na rua Miguel Bombarda.
Para quem aproveitou para fazer negócio a festa também compensou. “Foi um ano bom, já há muito tempo que não tínhamos tanta gente. Tivemos sorte com o tempo e é bom para dinamizar os negócios”, confirma Valério Pinto, que colocou um espaço de comes e bebes junto à linha de comboio e não teve mãos a medir todo o fim-de-semana. “Isto quase nem se vai à cama. Há uns excessos aqui e ali mas uma festa é mesmo isso, é esquecer os momentos maus e aproveitar para as pessoas se divertirem”, diz.
Um reflexo directo da quantidade de visitantes notou-se nas entradas norte e sul da cidade, na Estrada Nacional 10, com filas de quase quilómetro e meio na tarde de sábado.
O Colete Encarnado celebrou este ano a sua 85ª edição. É uma festa que vinca a cultura da festa brava e as tradições do concelho e da região. A praça de toiros Palha Blanco recebeu vários espectáculos taurinos, onde se destacou a tradicional corrida mista de domingo com João Ribeiro Telles Jr., com toiros da ganadaria David Ribeiro Telles e Juan José Padilla e António João Ferreira, com toiros de Falé Filipe. Nas pegas esteve o Grupo de Forcados Amadores de Vila Franca de Xira. A festa culminou, como é tradição, com fogo-de-artifício à beira-rio no jardim municipal na noite de domingo. Os toiros voltam às ruas em Outubro.

“A profissão de campino é única no mundo”
Orgulho nas tradições e na identidade cultural na homenagem a Casimiro José Diogo
Foi com emoção e reconhecimento dos seus pares que o campino Casimiro José Diogo, 78 anos, recebeu o pampilho de honra das mãos de José Mendes no momento mais alto da festa do Colete Encarnado, na tarde de sábado, 1 de Julho. No pampilho de honra estava inscrito o nome a quem a câmara municipal prestou tributo a título póstumo: João Almeida Inácio.
Com 70 anos dedicados ao trabalho na lezíria, Casimiro Diogo pertence à família Perilhão e um dos seus primos, Sérgio Perilhão, recebeu o Pampilho de Honra em 2015. Aos oito anos, Casimiro começou nas lides do campo ao lado do pai na Casa Agrícola Lopes e Lima e manteve-se com ele até aos 18, quando se mudou para a Casa Agrícola Oliveira e Irmãos.
Na homenagem ao campino foram também dadas as boas-vindas ao mundo da campinagem a quatro novos campinos: Luís Silva, José Lopes, Rui Silva e Rui Santos. Antes da tradicional homenagem e do desfile dos cavaleiros, amazonas e campinos pelas ruas da cidade, o município prestou também um tributo simbólico aos Bombeiros de Vila Franca de Xira.
“É um orgulho ver a renovação e a harmonia entre gerações. A profissão de campino é única no mundo e é o que nos distingue. O campino é o elemento mais importante da nossa paisagem. O Colete Encarnado é uma festa de emoções e onde celebramos a vida, a amizade e a generosidade que marcou o percurso de vida de Casimiro Diogo. Celebremos a vida com festa, alegria e união. Que se abram as tertúlias e as casas e que os toiros corram pelas ruas”, exaltou Alberto Mesquita, presidente do município, perante o aplauso geral.

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