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Rivalidade entre os dois grupos de forcados da Chamusca é só nas arenas

Cabos dos Amadores e do Aposento garantem que cá fora dão-se todos bem. Os dois grupos de forcados da Chamusca – Amadores e Aposento - encontraram-se no Campo Pequeno na noite da corrida de O MIRANTE, jornal que nasceu há 30 anos nessa vila ribatejana. Um momento que agradou aos dois grupos. Segundo os seus cabos, a salutar rivalidade resume-se às arenas, porque fora disso são todos amigos.

Nuno Marecos, cabo dos Forcados Amadores da Chamusca, disse ser uma boa sensação estar na mesma corrida com os seus rivais do Aposento (nota da redacção - também actuou o Grupo de Forcados Amadores do Ribatejo, de Benavente). “Ainda há pouco estávamos a falar disso, da rivalidade entre os dois grupos. Acaba por ser uma rivalidade sã. O Grupo de Forcados Amadores é o mais antigo da Chamusca, depois apareceu o Aposento. São dois grupos muito acarinhados pelas pessoas da Chamusca e essa rivalidade só existe em praça porque temos bons amigos de parte a parte. Damo-nos todos bem mas isto aqui é trabalho”, diz.
Na mesma linha opina Pedro Coelho dos Reis, cabo do Aposento da Chamusca: “É com muito gosto que pegamos pela primeira vez na corrida de O MIRANTE, um jornal com muita expressão no Ribatejo, e estamos contentes por pegar com o grupo de Forcados Amadores da Chamusca, onde temos muitos amigos com quem nos damos lindamente. Em praça é que temos de andar para a frente. Cá fora somos todos amigos e temos de manter o espírito de forcado”.

Entreajuda e amizade são fundamentais
E o que passa pela cabeça de um forcado quando está, literalmente, nos cornos do toiro? Nuno Marecos responde assim: “Há momentos em que passa tudo e há momentos em que não passa nada. Há momentos em que só pensamos em pegar o toiro, em fazer o nosso trabalho como deve ser e fazer com que as coisas resultem. Estar aqui a caracterizar o momento torna-se difícil. A tauromaquia é um mundo de emoções e as emoções alteram-se consoante o toiro e consoante a pega”.
Pedro Coelho dos Reis destaca o espírito de companheirismo, imprescindível para a missão ter sucesso. “Na altura que estamos em praça e somos escolhidos damos o nosso melhor para ajudar todos os companheiros. Porque só com este espírito de amizade e muito gosto pelo toiro bravo nos conseguimos superar e fazer coisas que, muitas vezes, só sonhávamos: a valentia, a arte, aliadas a muito companheirismo”, diz.

“Custa muito mais estar cá fora”
Um cabo é uma espécie de orientador e gestor de recursos humanos que muitas vezes também entra em campo. E os cabos dos dois grupos da Chamusca são daqueles que gostam mais de estar no calor da acção, junto dos seus homens, do que ficar a torcer por fora. “Sinceramente, prefiro ir lá para dentro. Enquanto cabo, também sou forcado. Gosto de pegar, gosto de ajudar e enquanto achar que não estou a passar por cima de nenhum elemento do grupo e que estou capaz de ir lá dentro assim o farei”, afirma Pedro Coelho dos Reis.
Nuno Marecos alinha com o colega: “Na qualidade de cabo custa muito mais estar cá fora. Estamos a sofrer pelos outros oito elementos que estão lá dentro, queremos que as coisas corram bem, que ninguém se aleije. Estamos sempre a pensar em tudo e mais alguma coisa mas estamos principalmente a pensar nos elementos que estão lá dentro com a jaqueta do grupo. É isso que nos preocupa e é isso que tem peso”.

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