Em eventos públicos que incluem almoços ou provas de produtos alimentares os fotógrafos fazem mais estragos que uma manada de elefantes em loja de porcelanas. Há a velha foto do então primeiro-ministro Cavaco Silva de boca aberta a comer bolo-rei. A foto foi utilizada por motivos meramente políticos, o que se condena por ser uma fotografia desonesta ou de utilização desonesta. Qualquer pessoa de boca aberta a comer bolo-rei, um croquete ou uma garfada de qualquer comida pode ficar completamente desfigurada.
É como dar uma “flashada” na cara de um participante num colóquio, conferência ou outro evento, fazendo com que a pessoa fotografada feche os olhos devido à intensidade da luz e depois publicá-la para ilustrar uma mentira como o da pessoa estar a dormir enquanto outros falavam de coisas interessantes. Também há pessoas que quando falam fazem imensas caretas. É fácil arranjar umas fotos de políticos nessas situações e elas surgem muitas vezes em certos meios de comunicação social que não gostam dos fotografados.
A publicação de fotografias que causam dano na imagem do fotografado é condenável. A desonestidade dos editores de fotografia é imensa. Fotos horríveis de “pessoas a abater” merecem destaque enquanto os arquivos estão cheios de fotos idênticas em que os fotografados são pessoas a defender. Claro que também há o caso de editores zarolhos que nem sequer conseguem ver a porcaria que estão a fazer.
Filomena Lourenço