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António Botto o poeta da Concavada que morreu no Brasil

António Botto o poeta da Concavada que morreu no Brasil

É um dos poetas mais originais da literatura portuguesa e marcou muitas gerações devido à sua poesia homoerótica. É natural da Concavada onde tem estátua e onde foi recordado recentemente pelos 120 anos do seu nascimento.

António Botto é uma das figuras mais importantes da literatura portuguesa. Natural da aldeia de Concavada, concelho de Abrantes, Botto ficou conhecido pela sua poesia homoerótica. Poeta, contista, dramaturgo e escritor epistolar deixou a aldeia ainda muito jovem para ir viver para Lisboa. No dia em que se comemorou 120 anos do seu nascimento, a 17 de Agosto, houve homenagem na sua terra natal.
O primeiro concavadense que encontrámos na aldeia foi Vítor Morais. Sentado na esplanada mesmo em frente à estátua do poeta estava rendido aos poemas que ia ouvindo declamar. Apesar de não ser muito dado a leituras, Vítor não tem dúvidas em dizer que tem muito orgulho que António Botto seja filho da terra, tal como ele, e confirma “É um símbolo da nossa terra”, admite o concavadense de 54 anos.
Na mesa ao lado está Joaquim Miguel, de 58 anos, a residir em Paço de Arcos. Visita a Concavada para passar férias e durante o ano para gozar fins-de-semana. Não gosta muito de ler mas gosta de ouvir poesia quando ela é bem recitada. Para Joaquim, António Botto é a figura da terra que atrai turistas que passam por cá de propósito só por tirarem fotografias junto à sua estátua”. “Tenho orgulho que ele seja de cá”, confessa a O MIRANTE.
A servir cafés, e entre conversas, encontramos Liliana Rosa. A jovem de 33 anos que reside há nove anos em Concavada também não é fã de poesia mas confessa que António Botto é um marco para a terra e que é importante ser lembrado já que sente que cada vez mais está a ficar mais esquecido. Se antes ia muita gente a Concavada para conhecer a terra, agora diz que não vê muitos turistas a pararem, talvez porque, admite, “a poesia não está na moda”.

Homenagem na terra natal
Organizado pelo município de Abrantes e a União de Freguesias de Alvega e Concavada, o programa de comemoração dos 120 anos do poeta António Tomás Botto teve arruada de poesia e contos no centro histórico de Abrantes. Seguiu-se uma fábrica d’estórias com poesia e contos do poeta no Jardim da República, repetindo-se pelas 14h30 na Biblioteca Municipal, e mais tarde também em estabelecimentos de restauração no centro histórico abrantino.

Manuela Baptista, finalista do programa de entretenimento Got Talent
Natural de Alcanena e a residir entre a sua casa em Lisboa e uma casa que o seu marido herdou do avô em Abrantes, foi uma das animadoras do programa das comemorações.
Foi pela voz de Manuela Baptista que os dezenas de concavadense puderam apreciar algumas das poesias de António Botto, durante a evocação na sua terra natal no dia em que comemorava 120 anos do seu nascimento.
Foi ainda apresentado o Prémio António Botto de Literatura Infantil na União de Freguesias de Alvega e Concavada.
Depois de ter ido viver muito cedo para Lisboa, António Botto emigrou para o Brasil em 1947. Foi lá que morreu, a 17 de Fevereiro de 1959, depois de ter sido atropelado na cidade do Rio de Janeiro.

António Botto o poeta da Concavada que morreu no Brasil

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