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Festas de Samora Correia resistem à falta de orçamento
Rui Alves presidente da direcção da ARCAS (Associação Recreativa e Cultural Amigos de Samora)

Festas de Samora Correia resistem à falta de orçamento

Novo presidente da ARCAS diz que os sócios são poucos e começam a escassear os fundos

A nova direcção da Associação Recreativa e Cultural Amigos de Samora (ARCAS), que tomou posse no início de Abril, que organiza as festas de Nossa Senhora da Oliveira e Nossa Senhora de Guadalupe, avisa que esta iniciativa pode acabar para o ano se as pessoas continuarem a não colaborar com a colectividade. As verbas existentes este ano ainda permitiram fazer as festas mas com muitas dificuldades, tendo valido o apoio da câmara. Além de ser a colectividade com menor número de sócios sente também a falta de colaboração da população nos peditórios.
A ARCAS tem cerca de 300 sócios e nem todos pagam as quotas mensais de um euro. “Se tivéssemos 500 sócios, eram 500 euros por mês que já nos ajudariam a realizar as festas a outro nível”, defende Rui Alves, o novo presidente da associação. Este ano o orçamento das festas rondou os 60 mil euros, sendo que 15 mil euros foram comparticipados pela Câmara Municipal de Benavente. Rui Alves alerta que a ARCAS só conseguiu organizar as festas porque angariou algumas receitas durante o Festival do Arroz Carolino e o Festival de Gastronomia.
Além das dificuldades financeiras, a ARCAS deparou-se ainda com críticas dos moradores da freguesia contra os artistas que contratou para as actuações: “Começámos a planear as festas em Abril e houve logo quem nos atacasse pelos artistas musicais que convidámos. As pessoas criticam por desconhecimento, porque se conhecessem o orçamento que temos para a festa se calhar não criticavam”, afirmou Rui Alves. O presidente da Câmara de Benavente, Carlos Coutinho, solidário com a colectividade, apontou o dedo a quem “cai na crítica fácil” e incitou a população a mostrar-se mais cooperante com a ARCAS.
“Há muita gente que nos apoia e nos agradece por termos aceitado agarrar o desafio de dirigir a associação. Mas também há muitos que quando chega a altura dos peditórios, ou de organizarmos outros eventos para angariarmos fundos, nos fecham as portas e as janelas e se batermos ninguém nos atende”, desabafa Rui Alves.

Autarquia podia apoiar mais
Rui Alves gostava que o apoio financeiro da Câmara de Benavente fosse maior, “à semelhança de outros locais onde as câmaras suportam quase na totalidade as festas. Aqui, o subsídio que a autarquia atribui para as festas de Nossa Senhora da Oliveira e Nossa Senhora de Guadalupe aproxima-se dos 25% dos custos totais dos festejos, ficando bastante aquém daquilo que seria desejável”, explicou o presidente da colectividade. Rui Alves reconhece, contudo, que “o município suporta algumas dezenas de colectividades” e entende que “não seja possível apoiarem-nos mais porque para nos darem mais orçamento teriam de retirar às outras colectividades e isso é impensável”. Mas onde escasseia o dinheiro, abunda o apoio logístico, que Rui considera “fantástico”: “Quer a câmara quer a Junta de Samora Correia são incansáveis na satisfação dos nossos pedidos de ajuda em transportes ou na montagem dos recintos das actividades tauromáquicas”.

Perfil do presidente

Rui Alves, 40 anos, é o novo presidente da ARCAS. Nascido em Samora Correia, viveu desde muito novo no Alto Alentejo com a família. Estudou em Évora e regressou à terra natal aos 19 anos. Esteve dez anos na Força Aérea Portuguesa e agora é inspector no Ministério das Finanças. É casado e tem uma filha de oito anos que já gosta de acompanhar o pai nas actividades da vida associativa. “Ela é pequenina mas já entende a festa de Samora Correia. É participativa e gosta da partilha e do movimento colectivo. Acredito que um dia sinta a mesma motivação que eu”.
Além de ser o novo presidente da ARCAS, Rui é também vice-presidente da Sociedade Filarmónica União Samorense (SFUS). É católico não praticante e adepto quanto-baste dos toiros: “Fui a várias largadas e entradas mas sempre a uma distância de segurança muito confortável dos toiros e assim nunca tive qualquer sobressalto!”

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