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Assalto violento a duas idosas da vila do Couço
Foi a vizinha, Maria David, quem socorreu as idosas

Assalto violento a duas idosas da vila do Couço

Irmãs de 97 e 89 anos foram amordaçadas e agredidas para lhe roubarem 50 euros, uma jóia de família e um carro. Um grupo de homens armados, encapuzados e com luvas brancas assaltaram a casa de duas idosas, de 97 e 89 anos, que vivem no Couço. O assalto tem contornos dramáticos já que as idosas ficaram a noite toda amarradas com medo de sairem à rua. As idosas resistiram e não deram o código do cofre que foi levado numa viatura.

Duas irmãs de 97 e 89 anos, Maria Imaculada e Maria do Carmo, passaram momentos dramáticos quando foram assaltadas e agredidas em casa na madrugada de domingo, 20 de Agosto, por um grupo de homens armados, encapuzados e com luvas brancas. Tudo ocorreu durante um assalto na casa das vítimas no Couço, freguesia de Coruche. Ainda em estado de choque e com marcas das agressões a que foi sujeita, a vítima mais nova, que não quer ser identificada nem fotografada, por ter receio, conta, em exclusivo a O MIRANTE como tudo verdadeiramente aconteceu.
A idosa, de 89 anos, diz que estava “a trabalhar na escrita do gado, pela meia-noite, para depois ir ver o noticiário na televisão quando entram os três homens encorpados e um mais baixinho”. Entraram na sala da habitação pela janela que estava entreaberta devido ao calor. Os assaltantes perguntaram onde estava o cofre com dinheiro e qual era o código para o abrir. A idosa disse que não tinha cofre e os homens começaram a revolver a casa.
Como não encontraram nada, levaram a idosa mais nova até à divisão da casa onde estava o dito cofre e foi quando lhe apontaram uma arma e uma navalha ameaçando-a que se não revelasse qual era o código levariam o cofre e o seu jipe. A partir daí, seguiram-se momentos de terror com ameaças e agressões pressionando-a para que revelasse o código, algo que nunca o fez. “Ainda tentaram abrir o cofre com um ferro”, explica, dizendo que acabaram por carregar o cofre que continha uma joia de família em ouro e vários documentos e fugiram no jipe desta.
Antes de fugirem amarraram a vítima mais nova com um cinto de tecido que era de um casaco da sua irmã, que está acamada. Amordaçaram-na e à irmã, que já estava a dormir desde as 22h00. No final, o gang ainda levou 50 euros em dinheiro que estavam numa carteira. O pânico foi tal que a vítima não teve coragem de sair à rua logo a seguir para pedir ajuda porque estava escuro e não sabia se os assaltantes estavam à sua espera para lhe fazerem mal. Foi só às 6h00, quando começou a clarear, que conseguiu tirar o pano que tinha na boca e foi a casa da vizinha pedir ajuda.
“Eu ouvi um barulho e acordei. Entretanto, o meu marido foi à porta e disse-me que era a ‘menina’ que ali estava. Levantei-me logo, ainda em camisa de noite, e foi quando a vi naquele estado. Ela vinha do pior, amarrada e ensanguentada, conta Maria David, a vizinha que socorreu a idosa. “Questionei logo o que se tinha passado e foi quando ela me disse que tinha sido assaltada e não sabia se a irmã estava morta. A preocupação dela era a irmã”, admite a reformada de 78 anos.
Maria David desamarrou a idosa e lavou-lhe os braços que estavam ensanguentados. “Como não tinha o número de telefone da GNR fomos ao café, que estava aberto àquela hora, e foi lá que se ligou para a GNR e pedi a uma senhora que lá estava para ir comigo a casa ver se a outra idosa estava morta”. Foi quando confirmou-se que ela estava viva, apesar de estar toda inchada na zona do nariz e da boca. A idosa de 89 anos nunca cedeu e a situação podia ter sido pior, segundo admite agora em conversa com O MIRANTE, dizendo que foi Deus que a protegeu. “Aquilo podia ter sido muito mau, mas dentro do muito mau foi o melhor que podia ter acontecido”, admite, referindo que agora irá ter mais cuidado, apesar de “quando as pessoas querem fazer mal, fazem mal de qualquer forma”.

Uma família conhecida
Devido aos contornos dos assaltos muitos habitantes do Couço suspeitam mesmo que, pelo menos, um dos assaltantes possa conhecer a família e os seus hábitos, algo que não é difícil nesta terra, já que há a fama de se tratar de uma família abastada e também bastante querida. Note-se que estas duas irmãs ainda hoje são tratadas por “meninas”, não só por nunca se terem casado, mas também por serem proprietárias da ganadaria da família Henriques da Silva.

Ortelinda Graça

Autarca pede mais efectivos da GNR para o Couço

Perante várias situações de roubos na freguesia, a presidente da Junta do Couço, concelho de Coruche, pede mais patrulhamento da localidade pela GNR, com um reforço de efectivos, para que se possa minimizar o sentimento de insegurança que a população está a viver. Ortelinda Graça confirma que tem vindo a aumentar o número de roubos de motores de rega, de gasóleo, e até de animais. O assalto violento que ocorreu na casa de duas irmãs idosas veio deixar a população ainda mais assustada. A autarca admite que este aumento dos roubos deve-se, sobretudo, a partir do momento que a terra deixou de ter o posto da GNR em exercício de funções.
Se, há uns anos, o posto da GNR tinha 16 efectivos que garantiam a segurança da população, neste momento a freguesia tem a apenas um militar de serviço das 9h00 às 17h00 que faz, essencialmente, trabalho burocrático. A partir daí, diz, “a população fica à sua sorte a muitos quilómetros de Coruche. Ortelinda Graça não tem dúvidas que a população do Couço está absolutamente desprotegida e, por isso, refere: “O que reivindicamos é mais segurança”.
Para a autarca, bastam cinco ou seis militares da Guarda para que haja sempre uma patrulha e que se possam revezar aos fins-de-semana e à noite. Além disso, considera que estes efectivos poderiam dar apoio às freguesias da Lamarosa e da Erra.

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