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Hidrantes de Vila Franca de Xira são presas fáceis para os ladrões de água

Roubar água da rede pública, através de marcos de água ou bocas-de-incêndio, é uma prática relativamente frequente que gera prejuízos elevados aos cofres municipais. Na maioria das vezes os criminosos conseguem escapar.

Os hidrantes do concelho de Vila Franca de Xira, onde se incluem os marcos de água e as bocas-de-incêndio, continuam a ser um alvo apetecível para roubos de água e a factura acaba por cair em cima do município e de todos os que nele habitam, com perdas de centenas de milhares de euros.
Seja para encher piscinas, tanques de rega ou consumo doméstico, são relativamente comuns as suspeitas de que há crime a acontecer nestes hidrantes devido às flutuações de caudal detectadas pelos serviços que monitorizam a rede.
Segundo os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS), os principais motivos das perdas nos marcos de água do concelho são as utilizações ilícitas e as rupturas. O registo dos consumos na sua generalidade, segundo a legislação em vigor, não considera especificamente o consumo ilícito como consumo separado, ficando enquadrado na generalidade do consumo não facturado pelos SMAS, onde estão também as rupturas, incêndios, lavagem de ruas, reservatórios e lavagem de fossas sépticas, entre outros.
Em 2016 as perdas de água associadas aos marcos de água foram de 1 853 653 metros cúbicos, o que representa 18 por cento de perdas não facturadas. Um valor que os SMAS dizem ficar abaixo da média nacional de 30 por cento, segundo os dados da entidade reguladora do sector da água.
No último ano as perdas representaram em todo o concelho um custo não facturado de quase 968 mil euros. O número de hidrantes é definido em função do grau de risco de incêndio de cada zona e no concelho de Vila Franca de Xira existem 498 marcos de água cadastrados pelos SMAS.

Roubava água para o estaleiro
Apesar de ser difícil apanhar os infractores o cerco está a apertar-se e alguns têm sido surpreendidos em flagrante pela fiscalização municipal. Foi o que aconteceu no início deste ano, sabe
O MIRANTE, quando um empreiteiro do concelho foi apanhado a tirar água de um hidrante – sem pagar e sem autorização - para utilizar no estaleiro de uma obra. O caso seguiu para tribunal e o processo está a decorrer.
Mas esse não é caso único e já foram também apanhados infractores a encher tanques de água para uso, por exemplo, na rega de agricultura. Também nesses casos as queixas têm seguido para a justiça.
Estes roubos de água são uma realidade na maior parte dos concelhos mas não há uma estratégia nacional para os combater. Cada concelho implementa as medidas que julga mais convenientes. No vizinho concelho da Azambuja, por exemplo, a empresa Águas da Azambuja removeu, em 2012, mais de uma dezena de bocas-de-incêndio, substituindo-as por válvulas de descarga de ar. A empresa justificou a decisão com a melhoria da sua operacionalidade mas sobretudo com a tentativa de impedir a retirada ilícita e continuada de água daqueles hidrantes.

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