uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante

Se não há empregos na região que haja transportes para irmos trabalhar para onde os há

Os transportes públicos são um factor de desenvolvimento. Nas grandes metrópoles como Lisboa ou Porto, o Governo (os governos) subsidiam os transportes. E subsidiam também os cidadãos que os usam através dos chamados passes sociais. No interior, nomeadamente no distrito de Santarém, não há transportes e os poucos que há não são subsidiados. Os cidadãos que têm que viajar nos poucos transportes que existem têm que pagar o custo dos bilhetes por inteiro uma vez que o Governo também não faz acordos com as empresas de transportes para que possam existir passes sociais (a excepção são os passes escolares).
Alguns municípios criaram redes de transportes dentro dos seus territórios que têm alguma utilidade, nomeadamente para idosos sem transporte próprio ou pernas para andar e para estudantes mas que não adiantam nada para a vida de quem trabalha fora daqueles territórios.
Poderiam aproveitar-se melhor os investimentos feitos nessas redes se elas fossem intermunicipais mas, para além de não poderem ser criadas porque, segundo sei, o transporte nos locais aonde poderiam surgir, continuam concessionados a uma empresa, Rodoviária do Tejo, sem capacidade para aumentar a oferta (porque não são subsidiadas nem têm acordos para a criação de passes sociais), os autarcas continuam a trabalhar numa lógica local/paroquial, por questões eleitorais e a sua estreiteza de vistas não lhes permite pensar que têm munícipes a trabalhar em concelhos vizinhos que beneficiariam de transportes intermunicipais.
Mas o caso mais grave é o do transporte ferroviário nas ligações entre Tomar/Entroncamento/Lisboa. Sem passe social e com os preços do transporte a aumentar de ano para ano, muitos cidadãos da região optam por comprar casa perto dos locais onde encontraram trabalho, nomeadamente em Lisboa, acentuando a desertificação e levando a pensar que se a situação se mantiver, daqui a uns anos a oferta de comboios entre estes destinos pode diminuir porque não há passageiros suficientes.
Este é um assunto fundamental para o distrito de Santarém ou para o Médio Tejo e Lezíria; como quiserem mas não há solução porque não temos um governo regional mas apenas paróquias...perdão municípios, alguns dos quais em extinção devido à contínua perda de população.
Fernando Carvalho

Mais Notícias

    A carregar...

    Capas

    Assine O MIRANTE e receba o Jornal em casa
    Clique para fazer o pedido

    Destaques