uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
Moradores de Alhandra querem mais polícia na rua depois de assaltos e agressões

Moradores de Alhandra querem mais polícia na rua depois de assaltos e agressões

Comerciantes, autarcas e moradores de Alhandra exigem atitude rápida da polícia para acabar com o sentimento de insegurança. Presidente da junta foi à assembleia municipal clamar por ajuda. Câmara conhece o problema e garante que não serão “alguns” a perturbar a pacatez de uma vila que é “de todos”.

Duas famílias de etnia cigana que há dois meses foram viver para a vila de Alhandra, no concelho de Vila Franca de Xira, são apontadas como responsáveis pelo sentimento de insegurança que se faz sentir entre comerciantes e moradores, que reclamam uma atitude mais activa da polícia. Acusações que os visados refutam.
Há relatos de moradores sobre destruição e vandalismo de património público, passando por ameaças à integridade física de quem passa na rua e assaltos a estabelecimentos comerciais. Na última semana o assunto foi o tema principal de uma reunião entre o presidente da junta, Mário Cantiga (CDU), e duas dezenas de comerciantes da vila.
Os dedos são apontados a duas famílias que recentemente se mudaram para uma casa junto ao jardim dos peixinhos, mas a O MIRANTE Miguel Oliveira, um dos membros dessas famílias, garante que a comunidade é pacífica e que se tratam de acusações sem fundamento.
O morador diz que a acontecerem os problemas só podem ser causados por gente de fora da vila e até convida a população a aparecer na zona para constatar que há tranquilidade. “O que se está a passar é que por uns pagam todos. Somos como outra pessoa qualquer, sabemos respeitar e estar. Agora estarmos a levar por uma coisa que não fizemos é complicado, estão a julgar pessoas inocentes”, lamenta.
A polícia tem estado várias vezes ao pé da sua casa mas Miguel não compreende o motivo. “Esteve aqui a polícia por ter havido um roubo no jardim, mas não foi nada connosco. Se há roubo e a polícia não sabe quem é, tem de ir investigar. As pessoas da vila não têm de ter medo, não é nada connosco”, assegura.

Junta quer mais segurança nas ruas
O presidente da junta, Mário Cantiga, escreveu entretanto um ofício ao novo comandante da divisão da PSP de Vila Franca de Xira, Jorge Maurício, a pedir uma intervenção mais activa da polícia para minimizar os problemas e aproveitou a última sessão da assembleia municipal, a 5 de Setembro, para pedir ajuda.
“Nada temos a opor que vivam famílias desta ou de outras etnias na vila. Existem várias famílias de etnia cigana em Alhandra e eu próprio cresci quase no meio deles e conhecemo-nos bem. Mas estas pessoas não querem cumprir as regras e sujeitar-se aos valores de uma sociedade organizada. Estas duas famílias estão a aterrorizar a pacatez da freguesia, a destruir património público como aconteceu no jardim dos peixinhos, porque desapareceram com os peixes todos de lá, se foi para colmatar a fome fizeram bem. Nesta última semana não há estabelecimento comercial que não tenha sido assaltado, pessoas agredidas e outros problemas gravíssimos”, alertou o autarca.
“Expus estas questões ao intendente e faço fé que a PSP cumpra o seu pilar essencial de trabalho, que é manter a ordem pública e proteger as pessoas”, lamentou o autarca. Vários moradores e comerciantes da cidade confirmaram à nossa reportagem o sentimento de insegurança mas nenhum desejou ser citado com medo de represálias.

PSP está a investigar crimes
Contactada por O MIRANTE a PSP refere que sob a direcção do Ministério Público se encontra a investigar a prática de crimes ocorridos em Alhandra “pelo que é prematuro” avançar com dados adicionais. A polícia diz que após tomar conhecimento da situação de Alhandra “reforçou o policiamento na vila” apesar de, nota, “tudo indicar não se tratar de um caso exclusivamente de polícia”.
Aquela força policial nota ainda que “tudo fará” para que os parceiros centrais na sinalização de soluções e na resolução de problemas “façam parte das respostas que a comunidade exige e merece de todas as autoridades responsáveis” e assegura que já encetou contactos com a comunidade local para, em conjunto, promover a paz social na vila. “De momento não temos conhecimento de outras situações que possam tender a perturbar a tranquilidade pública na vila de Alhandra”, acrescenta a PSP.

“Temos um problema de ordem pública”

O presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Alberto Mesquita (PS), diz que o município conhece o problema mas que pouco mais pode fazer do que alertar as autoridades. “Temos um problema de ordem pública. É a PSP que tem de agir. As pessoas vieram e alugaram uma casa. Isto é o mercado a funcionar e não há nada a fazer. Mas as pessoas têm de ter uma conduta adequada de civilidade e quando isto já está numa fase de marginalidade é a PSP que tem de actuar. Há famílias de etnia cigana que estão perfeitamente inseridas na comunidade, quer em Alhandra como em Vila Franca de Xira. Se há pessoas que não têm essa conduta adequada tem de se actuar”, refere.
O presidente do município garante que “não serão duas famílias a meter tudo em alvoroço numa vila que é tranquila desde sempre” e que por isso “as coisas terão de ter outra atitude”, sobretudo por parte das forças de segurança.
A 25 de Setembro realiza-se o último conselho municipal de segurança deste mandato e o problema de Alhandra estará em cima da mesa.

Moradores de Alhandra querem mais polícia na rua depois de assaltos e agressões

Mais Notícias

    A carregar...

    Capas

    Assine O MIRANTE e receba o Jornal em casa
    Clique para fazer o pedido

    Destaques