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Dúvidas, arrufos e argoladas: o outro lado de um debate sobre associativismo em VFX

Dúvidas, arrufos e argoladas: o outro lado de um debate sobre associativismo em VFX

Ateneu Artístico Vilafranquense realizou debate com todos os candidatos à câmara. Uma candidata com quotas em atraso que as prometeu pagar a 2 de Outubro e uma outra a duvidar do tempo contado pelo moderador do debate. O MIRANTE conta o que veio a lume num debate em que muita gente saiu com as mesmas certezas com que entrara.

O Ateneu Vilafranquense abriu as portas na quinta-feira, 14 de Setembro e juntou cinco candidatos à Câmara de Vila Franca de Xira para falarem apenas sobre o estado do associativismo no concelho. Um debate onde, bem vistas as coisas, falou mais o público no seu período de intervenção do que cada candidato em si.
A afluência foi tal que foram precisas mais cadeiras de última hora para sentar as largas dezenas de pessoas que foram ao edifício ouvir falar os candidatos. À vez e intercalados com o público. Logo a começar um momento que indignou alguns presentes, com Adélia Gominho, do PAN, a confessar que tem quotas em atraso da colectividade mas que as prometeu pagar logo no dia seguinte às eleições.
Armando Carvalho, morador da cidade, não conteve a sua revolta e apontou o dedo à candidata: “Fiquei chocado. Ou se retracta ou não será presidente da minha terra, não me vou já embora por educação aos restantes, porque fiquei chocado”, criticou. A candidata lá deu a mão na intervenção seguinte, admitindo “ter-se expressado mal” e até confessou que doa parte do seu IRS a associações da terra. Helena de Jesus, candidata da coligação Mais, aproveitou: “não pagar as quotas é uma falta de respeito tremenda”.
Alberto Mesquita, do PS, falou sempre em nome da câmara municipal e teve de ser lembrado por Regina Janeiro, da CDU, que ninguém é a câmara. “Esse tempo está a acabar”, atirou. A candidata falou em tom bélico mas também desconfiado. Primeiro do público socialista que estava à sua frente – “Acho graça como alguns opositores me olham, devo incomodar muita gente”, notou. E, mais tarde, quando o moderador do debate lhe dizia que acabava o tempo. “É que estou também a contar o tempo e aqui ainda tenho algum”, repetiu.

Considerações pornográficas
Carlos Patrão, do Bloco de Esquerda, considerou “pornográfica” a situação da Euterpe Alhandrense se arrogar de ser “uma espécie de ministério da cultura concelhio” e do seu presidente estar nas listas socialistas às próximas eleições. E inflamou os ânimos dos dirigentes do Futebol Clube de Alverca ao defender que o município “não deveria financiar estruturas de futebol profissional” e a mercantilização dos jovens nas escolas privadas como a escola do Benfica, existente no FC Alverca.
O presidente da colectividade, Fernando Orge, estava na plateia e não gostou. “Convido-o a ir lá e perceber do que fala. Aquilo que diz desagrada-me e assusta-me. Dizer o que diz demonstra a sua falta de visão. Devia perceber que o Alverca movimenta 1400 atletas actualmente e fazemos o papel que o Estado devia fazer, quando diz essas coisas é preciso respeito. Não compreendo”, criticou.
Alguns dirigentes associativos presentes na plateia levantaram assuntos. O presidente do Ateneu, José Ferreira, sugeriu a realização de um estudo que mostre qual o impacto do trabalho das associações na economia local. João Serra, morador com deficiência, quis saber onde praticar desporto. Domingos Martinho, de Alverca, elogiou o facto de Vila Franca ser das câmaras do país que dá mais apoios às associações mas criticou que isso retire independência às mesmas. Elisabete Santos alertou para os “problemas graves” de gestão financeira nas colectividades e Helena Martins, da colectividade do Casal do Freixo, lamentou ainda ter de pagar 700 euros de imposto municipal sobre imóveis.
As últimas intervenções da noite estiveram nas mãos de moradores ligados à CDU – António Nabais, Bento Luís e José Rodrigues, que quis dar um recado à “candidata bonita”. Mas havendo três senhoras na mesa, a risada foi geral. O momento mais quente da noite foi quando Rui Rei, vereador da Coligação Novo Rumo (liderada pelo PSD), usou da palavra, o que fez alguns moradores exaltarem-se e outros abandonarem a sala.
Último capítulo da noite reservado para quando Mesquita ironizou para Regina Janeiro “não sentir saudades nenhumas” da gestão CDU. “Mas terei todo o gosto em tê-la como minha vereadora”, notou.

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