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Quer ser uma figura das arenas mas não descurou os estudos
Paixão. Diogo já matou 30 touros e admite concordar com os toiros de morte

Quer ser uma figura das arenas mas não descurou os estudos

O jovem novilheiro Diogo Peseiro licenciou-se recentemente em Gestão de Empresas conciliando a vida de estudante com a prática e o aperfeiçoamento da arte de lidar touros na arena. O seu objectivo imediato é ser uma figura do toureio a pé. Mas também é importante ter um plano B, a pensar no dia de amanhã, diz.

Diogo Peseiro, 21 anos, tem como objectivo ser um diestro das arenas mas na preparação desse futuro cabe também, por precaução, um plano B, não vá o trajecto desviar-se do destino pretendido. Foi por isso que o jovem novilheiro residente em Almeirim decidiu continuar a estudar após o ensino obrigatório, tendo concluído recentemente a licenciatura em Gestão de Empresas, na Escola Superior de Gestão de Santarém.
Natural de Santarém, onde nasceu a 30 de Novembro de 1995, Diogo manifestou desde criança uma paixão pelo mundo da tauromaquia. Optou por tirar uma licenciatura porque, como ele próprio sublinha, “não se sabe o dia de amanhã”. A vida de toureiro carrega muitos riscos e nunca se sabe quando pode ocorrer uma lesão grave. Relembra colegas seus que acabaram em cadeiras de rodas, incapacitados de prosseguir a actividade, daí a importância de “ter um plano B”. Este recém-licenciado não exerceu ainda quaisquer funções na área da gestão, nem se imagina no futuro a conciliar as duas ocupações. Afirma que enquanto puder dedicar-se ao toureio a pé não tem qualquer intenção de se dedicar à gestão de empresas.
Quando questionado sobre a escolha do curso, encolhe os ombros e diz: “Também não sei, foi um pouco a apalpar terreno”. Não sabia muito bem se seria um curso pelo qual iria ganhar interesse, mas era uma boa aposta pois a Escola Superior de Gestão de Santarém fica perto da cidade onde residia, Almeirim, permitindo a conciliação entre os estudos e os treinos.
Diogo conta que num dia normal acordava às 6h00 para ir treinar e ia a correr para as aulas que começavam às 8h00, assim que terminava as aulas voltava para os treinos, que começavam às 17h00. Confessa que foi difícil conciliar o curso com o mundo da tauromaquia e aquilo que este exige. E lamenta não ter aproveitado melhor a vida académica, pois “não havia tempo para a farra”.

O futuro passa por Espanha
O jovem reconhece que para se ser toureiro a pé é preciso muito empenho e força de vontade. Diogo treina cerca de 10 vezes por semana, habitualmente duas vezes por dia, o que acaba por ocupar muito do seu tempo. Actualmente as suas perspectivas de carreira passam por atingir os níveis mais altos do toureio a pé e o seu maior desejo é “ser o número um em Espanha”, mesmo admitindo que se trata de uma tarefa difícil.
Toureou pela primeira vez aos cinco anos, quando em jeito de brincadeira e ao verem a sua grande paixão pelo toureio, o colocaram a lidar um bezerro. Por motivos de saúde ficou afastado da arte até aos 14 anos e a sua primeira apresentação ao público foi aos 16 anos.
Para além de Portugal também já actuou em Espanha e França, admitindo já ter morto cerca de 30 touros. Defende que “em certa parte” concorda com os touros de morte, explicando que “o animal quando está nervoso, tal como nós, liberta endorfinas, que ajudam a adormecer a dor e se for morto nessa altura sofre menos”. Diogo admite preferir as touradas espanholas às portuguesas, acreditando que o seu futuro passa por Espanha, onde, segundo diz, se vive uma verdadeira paixão pelo toureio a pé e se dá o devido respeito ao espectáculo.

O apoio do pai e o nervosismo da mãe
O jovem conta que o pai faz questão de assistir a todos os seus espectáculos, sejam eles dentro ou fora do país. Já com a sua mãe é outra história: “Foi uma vez ver-me a lidar um touro e no fim da actuação ela tinha os lábios todos mordidos”. Desde aí nunca mais conseguiu assistir às lides do filho. “Serei sempre o menino pequenino dela”, diz Diogo.

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