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Depois das eleições

Nenhuma autarquia cria emprego e quem já é competitivo para atrair empresas vai continuar a fazê-lo e quem não o é muito dificilmente vai entrar nesse comboio. O resto são fantasias e mentiras.

Domingo passado, a maioria de nós cumpriu o seu dever. Terminada a festa, é agora o tempo do trabalho. As nossas memórias são curtas e pouco nos interessa o muito que nos prometeram. O verdadeiramente importante é termos condições para sermos felizes na terra onde nascemos, muito provavelmente a melhor terra do mundo para cada um de nós. Muito para além das cores partidárias, dos independentes ou dos movimentos de cidadãos - sim, porque estes também têm cor e se vos disserem que não, desconfiem e muito –, há a credibilidade, seriedade e valor das diferentes propostas. Como de betão, rotundas, pavilhões multiusos, etc., estamos todos mais ou menos conversados, isto é, endividados, talvez seja o tempo de olharmos para as pessoas.
A verdade social do interior é preocupante, resume-se numa população envelhecida e jovens sem esperança. O que fazer? Ainda há quem acredite nos incentivos, ou políticas, de Lisboa que por magia alteram esta realidade? Será que ainda há incautos que creem numa autarquia com capacidade para criar emprego? Como vai fazer? Ela própria vai empregar pessoas desempregadas? Cria condições para atrair empresas, com novos e modernos parques empresariais? Se bem repararmos, todos o fizeram ou prometem fazer. Então como se vai jogar a equação da competitividade territorial? Nesta matéria, como noutras, não há milagres.
Nenhuma autarquia cria emprego e quem já é competitivo para atrair empresas vai continuar a fazê-lo e quem não o é muito dificilmente vai entrar nesse comboio. O resto são fantasias e mentiras. Até domingo passado vivemos num mundo de ilusões e fantasias impunes em que uns ainda embarcam e outros, felizmente cada vez mais, já não. Depois da venda do impossível, o que será possível? Estamos agora com os executivos eleitos e perante a realidade, bem diferente do que nos prometeram. É bom que se compreenda, de vez, que nada é gratuito. Por este país instituiu-se, durante anos, essa ilusão. A realidade é simples e mostrou-nos que o gratuito, muitas vezes confundido com direitos (porque deveres poucos os têm), nos sai muito mais caro a todos.
Que país queremos fazer?
Carlos A. Cupeto - Universidade de Évora

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