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Rombo de 110 mil euros na Associação de Reformados de Alpiarça vai a julgamento

Ex-funcionária acusada de ficar com dinheiro que o marido tesoureiro escondia nas contas

A antiga chefe da secretaria da Associação de Reformados de Alpiarça (ARPICA) e o marido, que era tesoureiro da instituição, vão ser julgados por um crime de peculato, sendo acusados pelo Ministério Público de se terem apropriado de perto de 110 mil euros. A funcionária, que estava responsável pelo recebimento de mensalidades dos utentes, pagamentos de despesas e fazia as compras para a instituição, além de se apoderar de quantias em dinheiro que estavam no cofre, também fazia compras pessoais à conta da instituição. O marido, a quem competia controlar a contabilidade, tapava os buracos financeiros, fazendo correcções contabilísticas com a desculpa de que se tratavam de erros informáticos.
A Procuradoria da Comarca de Santarém informa, na sua página online, que o processo foi distribuído para julgamento na Central Criminal de Santarém no final do mês passado e que os factos remontam ao período entre 2009 e 2012, durante o qual a arguida exerceu as funções, até ser despedida. O marido esteve na instituição entre 2002 e 2012, quando a situação foi descoberta numa auditoria às contas e que o levou a renunciar ao cargo. Os arguidos incorrem numa pena que vai de um a oito anos de prisão.
Na investigação, o Departamento de Investigação e Acção Penal do Ministério Público de Santarém, que foi coadjuvado pela Polícia Judiciária, apurou que a ex-chefe de secretaria se deslocava a estabelecimentos com cheques em branco assinados pela direcção para fazer compras para a ARPICA. Nessas ocasiões a arguida aproveitava para comprar e pagar com o cheque bens alimentares e de higiene e limpeza para a sua casa. Também está acusada de usar dinheiro da associação para comprar pequenos electrodomésticos para seu uso pessoal.
Uma perícia financeira a meio do ano de 2012 detectou que faltava um montante em caixa na ordem dos 80 mil euros, o que levantou suspeitas. O técnico oficial de contas que fazia a contabilidade da instituição chegou a alertar a então chefe da secretaria para desvios na folha de caixa da tesouraria em relação aos saldos verificados. Como as situações continuaram a verificar-se, o contabilista alertou o conselho fiscal da ARPICA. A funcionária foi depois suspensa de funções e posteriormente despedida no âmbito de um processo disciplinar.
Inicialmente pensava-se que o desfalque era de cerca de 80 mil euros e só com o decorrer da investigação às contas se chegou ao montante de 109.962 euros, que consta da acusação do Ministério Público. O presidente da instituição em 2012, António Arraiolos, disse na altura lamentar toda esta situação, garantindo que nunca pensou que algum funcionário pudesse tirar dinheiro para proveito próprio. Para evitar novas situações, o conselho fiscal da ARPICA criou mecanismos de fiscalização interna mais rigorosos, que não existiam, e normas de funcionamento.

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