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“Há sete meses pensei que não estaria aqui hoje”
EMOÇÃO. João Quítalo foi aplaudido de pé na hora da despedida de funções

“Há sete meses pensei que não estaria aqui hoje”

Ao fim de oito anos “muito gratificantes” João Quítalo chegou ao fim do seu percurso enquanto presidente da Assembleia Municipal de Vila Franca de Xira. A lutar contra uma doença oncológica, Quítalo foi elogiado pelos seus pares e aplaudido longamente de pé por todos.

“Vou continuar a andar por aí e por favor sejam felizes”. Foi desta forma, em lágrimas, que João Quítalo se despediu das funções de presidente da Assembleia Municipal de Vila Franca de Xira, na noite de 17 de Outubro, depois de oito anos naquele cargo.
O autarca está a atravessar uma fase difícil da sua vida, lutando contra uma doença do foro oncológico. No início deste ano os médicos deram-lhe alguns meses de vida mas Quítalo tem provado que às vezes os médicos também erram. “Desde Abril que não tenho estado tão presente quanto desejaria e cheguei a pensar que não ia conseguir estar aqui hoje. Mas vou estar cá, mais uns meses ou mais uns anos, quem sabe”, disse, emocionado, no seu discurso.
Quítalo foi aplaudido de pé e demoradamente por um repleto auditório do Ateneu Vilafranquense e agradeceu à mulher todo o apoio que lhe deu ao longo do percurso enquanto autarca. Garantiu também que continuará a servir o movimento associativo, onde integra os órgãos sociais de diversas colectividades.
“Foram oito anos muito gratificantes, conheço hoje melhor o concelho do que conhecia quando aceitei o convite. Saio daqui mais rico e só agradeço a todos os eleitos que ao longo destes anos, com altos e baixos, contribuíram para uma discussão política sempre feita de forma elevada”, frisou. Quítalo passou o testemunho ao socialista Fernando Paulo Ferreira.
Nos discursos as bancadas dos diferentes partidos também saudaram João Quítalo e a forma como ajudou a dignificar a assembleia municipal ao longo dos últimos mandatos. Alberto Mesquita, presidente do município, também agradeceu “todo o serviço e empenho” que dedicou à assembleia e ao concelho.
João Quítalo tem 65 anos e nasceu e cresceu numa Póvoa de Santa Iria antiga, à beira da linha de caminho de ferro, sem o trânsito intenso que hoje se faz sentir. Foi mecânico de aviões e chegou a chefe de divisão na OGMA. Começou a fazer teatro aos 15 anos e passou pelo Grémio Dramático Povoense, uma colectividade que não colocou a bandeira a meia haste quando Salazar morreu. Colou cartazes da UDP, foi aliciado pelo PCP mas acabou a militar no PS. Assumiu-se, numa entrevista a
O MIRANTE em 2011, como sendo intrinsecamente de esquerda.

“Há sete meses pensei que não estaria aqui hoje”

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