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Minde não seria a mesma coisa sem a sua banda filarmónica

Minde não seria a mesma coisa sem a sua banda filarmónica

Sociedade Musical Mindense completou 102 anos de uma vida marcada pela ligação estreita e intensa à comunidade.

Lídia Chavinha Roque Gameiro, 76 anos, é um exemplo vivo da estreita ligação que a comunidade de Minde tem à sua banda filarmónica, que já completou mais de um século. O seu pai, Arnaldo Achega tocou vários instrumentos durante 40 anos e o seu único filho, João Carlos Roque Gameiro, é o maestro da banda. O neto, João António Gameiro, tem 20 anos e toca clarinete. “Está no conservatório”, diz Lídia que na tarde de domingo, 29 de Outubro, esteve no Pavilhão Ana Sonça para assistir ao concerto comemorativo dos 102 anos da Sociedade Musical Mindense (SMM). Porque mesmo não sabendo música, os ouvidos não a dispensam, sobretudo quando tem a família em palco.
A banda filarmónica é o orgulho dessa vila do concelho de Alcanena e muito acarinhada. É composta por 60 músicos, quase todos jovens e naturais de Minde. Anabela Capaz preside há sete anos à direcção da Sociedade Musical Mindense, onde toca requinta. Foi a primeira menina a tocar na banda, aos 11 anos, e o padre Mário Anjos, um dos grandes impulsionadores da banda, já perspectivava que viria a ter um papel relevante na associação.
Anabela Capaz diz que neste momento o que falta à colectividade é uma nova sede para poder acolher todos os músicos da banda e acredita que a promessa da Câmara de Alcanena de recuperar as instalações da Fábrica da Cultura vai permitir concretizar esse anseio. A ajuda da Câmara de Alcanena e da Junta de Minde, diz a presidente, é fundamental para a sobrevivência da Sociedade Musical Mindense, que se financia através das actuações que faz, visto que o ensino da música é gratuito para os jovens que queiram ingressar na banda.
Ana Maria Capaz tem quatro filhos e todos eles passaram pela escola de música da SMM, agora 3 dos filhos tocam na banda, a Ana Beatriz toca Trompa, o António Lourenço optou pelo Saxofone e o José Pedro toca percussão. A filha Marta Menezes, reconhecida pianista está nos Estados Unidos a concluir o doutoramento, depois de ter feito os primeiros estudos musicais na escola de música da SMM.
Ana Maria Capaz não falta às actuações da banda que considera uma das melhores do país, com músicos de muita qualidade, com formação académica e cujo futuro se apresenta prometedor.
O maestro da banda, João Carlos Roque Gameiro diz que a SMM tem “um bom problema para resolver”, por ter nos seus quadros profissionais das mais diversas áreas como a medicina, a enfermagem, a economia, o ensino e outras. Por vezes a conjugação de horários para ensaiar é um desafio. A dedicação e o orgulho de tocar na banda e de dirigir músicos que vão evoluindo é gratificante e motiva-o para continuar a dedicar-se de corpo e alma à arte de ensinar na banda, onde começou os seus estudos musicais. O carinho da população, não só de Minde mas do concelho de Alcanena, também é um impulso para continuar a trabalhar e a dedicar-se à formação dos jovens músicos, diz.

Livro e CD evocam centenário

A SMM assinalou o 102º aniversário com o lançamento do livro “Cem anos de História”, da autoria do historiador Paulo Sousa, que conta a história da colectividade, com destaque para todas as actividades realizadas por ocasião do centésimo aniversário. A revisão de texto foi feita por Ana Maria Capaz e a ilustração é de Patrícia Ferreira. Foi ainda lançado um CD com várias músicas tocadas pela banda e um tema inédito encomendado ao maestro Nuno da Rocha, que se intitula “100”. O CD inclui ainda, a fechar, duas músicas que são marcos da colectividade: o hino de Minde, intitulado “Mantas da nossa Terra”, uma marcha composta pelo ex-maestro da SMM José da Silva Júnior, e o hino da Sociedade Musical Mindense.

Minde não seria a mesma coisa sem a sua banda filarmónica

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