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O Estado falha-nos todos os dias e não apenas quando há incêndios

O que aconteceu este Verão em termos de incêndios florestais pôs a nu a incompetência de quem nos tem governado, governa e vai continuar a governar, para além de revelar uma falta de sensibilidade dos actuais governantes capaz de causar revolta ao mais pacífico dos cidadãos. Mas não é só em matéria de fogos que estamos “entregues aos bichos”.
A incompetência, a inércia e o deixa andar de grande parte dos serviços do Estado, a par da arrogância de inúmeros funcionários de todos os escalões hierárquicos desses serviços bem como a forma como desprezam o comum cidadão, o maltratam e o prejudicam, sem um pingo de vergonha nem de remorsos, é sentida por todos os cidadãos que são obrigados a recorrer a tais serviços.
Atrasos de meses e meses sem justificação, seja na justiça, na saúde ou noutros serviços; pedidos indiscriminados de documentos inúteis e desnecessários; interpretações da lei à vontade de cada um, ameaças veladas de ainda poder ser pior, feitas a quem ousa dizer que vai reclamar, etc, etc, etc...são o nosso dia-a-dia. Reclamações empurradas de Herodes para Pilatos, responsáveis que nunca são responsabilizados porque a nível intermédio e mais baixo não há castigos nem avaliações de desempenho sérias e com consequências, mantêm-se ao longo de décadas e décadas.
Lembro-me, desencantada e sem esperança, da frase atribuída ao Capitão Salgueiro Maia quando, para motivar os soldados para o 25 de Abril, lhes falou dos Estados socialistas, capitalistas e do “estado a que isto chegou”.
Ele e os que fizeram a revolução conseguiram que o país pudesse ter liberdade mas os novos políticos, sindicalistas e funcionários que se foram instalando, blindaram de tal forma aquilo a que eles chamam “Direitos Adquiridos” que não vai ser fácil fazer com que a competência vença a mediocridade e com que os cidadãos de Portugal sejam tratados de forma igual e com o respeito que merecem.
Daniela Morgado Seixas

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