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Se estivéssemos fora da União Europeia seríamos um país mais autónomo

Se estivéssemos fora da União Europeia seríamos um país mais autónomo

Acácio Coelho Neto nascido a 10/05/1958, Director do Agrupamento de Escolas Artur Gonçalves

“Vivi a minha juventude como qualquer jovem dos anos 60 e 70 residente num pequeno meio rural da Serra da Estrela. Durante as férias e fins de semana ajudava os meus pais nas actividades agrícolas.”

O director do Agrupamento de Escolas Artur Gonçalves, de Torres Novas, Acácio Coelho Neto, tem uma visão crítica de alguns investimentos públicos feitos na região, nomeadamente por os mesmos não terem sido pensados em termos regionais mas locais como aconteceu, por exemplo, com a construção dos novos hospitais da sub-região do Médio Tejo.
“Recordo-me da inauguração dos hospitais de Torres Novas e Tomar. Já na altura pensava que era preferível construir uma grande unidade com todas as valências hospitalares.”, declara.
Quando lhe perguntamos o que não foi feito nos últimos trinta anos, reforça a sua visão. “Os grandes investimentos deviam ter sido pensados em termos regionais e menos em termos concelhios. Também a aposta na produção, transformação e distribuição de produtos locais teria sido uma boa solução. Por outro lado devia-se ter evitado o encerramento de instituições nas aldeias com o consequente despovoamento dos meios rurais”.
Quanto a si, diz que a decisão mais importante que tomou nos últimos trinta anos foi a assumpção do cargo de direcção na escola. “Entendo este cargo como um serviço cívico prestado à sociedade. Este cargo absorve 24 horas por dia, incluindo fins-de-semana”, explica.
Apesar de tudo diz que se pudesse voltar atrás três décadas não faria nada diferente, nem em termos profissionais nem em termos pessoais. A residir no Entroncamento diz que aquela localidade não mudou muito nos últimos trinta anos, tirando o facto de ter muito mais habitação, mais hipermercados e melhores acessos através da A23. Conhece O MIRANTE
há cerca de vinte anos e gostava que o jornal tivesse, de vez em quando, um suplemento dedicado às escolas da região.
Reconhece que se Portugal não tivesse aderido à CEE em 1986 seria um país muito diferente e não teria as infra-estruturas que tem hoje mas diz que a adesão também foi prejudicial.
“(Sem a adesão) Portugal seria um país mais autónomo. Não estaria à espera dos fundos comunitários para realizar as necessidades mais básicas como, por exemplo, a formação contínua de professores, construção do parque escolar ou até a implementação de medidas de promoção do sucesso escolar”, defende.

Se estivéssemos fora da União Europeia seríamos um país mais autónomo

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