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Ser pai é uma exigente viagem para a vida que se justifica plenamente

Ser pai é uma exigente viagem para a vida que se justifica plenamente

Duarte Bernardo nascido em 10/06/77, Director Geral da Escola Profissional de Salvaterra de Magos

Conhece O MIRANTE desde a primeira metade dos anos noventa e considera-o um importante veículo de comunicação de reconhecido mérito no que concerne ao acompanhamento e actualização de informações políticas, económicas e sociais da nossa região mas gostava que não fossem usadas fotos suas de arquivo e explica porquê. “Aparento um ar austero quando, na verdade, sou uma pessoa (...) jovial que está bem com a vida”

Portugal aderiu à CEE (actual União Europeia) há pouco mais de trinta anos (1 de Janeiro de 1986). Como acha que seria actualmente o país se essa adesão não tivesse acontecido?

Não consigo imaginar o nosso/meu país fora da União Europeia.

A ponte Salgueiro Maia foi inaugurada em Junho de 2000, a A23 foi concluída em 2003, a extinção das lixeiras a céu aberto foi há menos de vinte anos, os novos hospitais de Tomar e Torres Novas foram inaugurados no início do século. Lembra-se de algum destes acontecimentos e do que pensou na altura?

A inauguração da Ponte Salgueiro Maia está-me mais presente na memória pelo facto de, nessa época, me deslocar praticamente todos os dias da semana a Santarém. Como vivia a sensivelmente trinta quilómetros, recordo-me de ter sentido que a minha casa tinha ficado mais próxima face ao tempo anteriormente despendido na viagem. Do conjunto de investimentos destaco também a construção do novo Hospital Vila Franca de Xira.

O que não aconteceu na região nos últimos trinta anos e deveria ter acontecido?

A regionalização.

Se voltasse a ter trinta anos e soubesse o que sabe hoje o que faria diferente em termos pessoais e/ou profissionais?

Nada. Vejo a vida como uma fotografia analógica sem direito a photoshop. Os nossos erros são excelentes oportunidades de aprendizagem, fazendo parte de um processo de constante crescimento.

Viveu bem a sua juventude ou desaproveitou-a? Porquê?

Acredito que vivi a juventude como um adolescente comum! Cheio de sonhos e quimeras, com altos e baixos, normais de um tempo onde as interrogações são o chão maior que nos sustenta. Neste aspecto ainda sou extremamente jovial.

Lembra-se de alguma decisão pessoal importante que tenha tomado ou sido obrigado a tomar por altura dos trinta anos ou nos últimos trinta anos? Qual foi e que efeitos teve na sua vida?

Ser pai foi a decisão de maior importância pessoal que tomei até hoje. Admito que sempre receei o embarque nesta viagem. As incertezas sobre como ser pai neste mundo assolavam-me o pensamento. Com o tempo, e à medida que o meu filhote crescia, fui descobrindo que parte desses medos assentava em alicerces infundados. É uma exigente viagem para a vida que, no meu caso, se justifica plenamente.

Onde residia há trinta anos? Como era a terra há trinta anos? O que é que gostava que voltasse a ser como era?

Há 24 anos que sou um filho adoptado da lezíria do Ribatejo. Nasci em Leiria mas para onde quer que vá, transporto em mim grande parte da lezíria ribatejana. O meu pai é ribatejano e parte das minhas férias de infância eram passadas em Salvaterra de Magos. Nas minhas lembranças surge o olhar sobre um Rio Tejo de cara mais lavada, bem diferente do rio que hoje conhecemos. Gostava de voltar a ter esse Tejo! Projectando o futuro, julgo que é imperioso estabelecer uma concertação de interesses a favor de um Tejo despoluído, que consiga posicionar-se e fazer-se ouvir junto de instâncias superiores, tanto a nível nacional como com a vizinha Espanha. A este recurso endógeno não pode ser dissociado da nossa identidade cultural. Com o aumento do fluxo turístico que temos vindo a presenciar (em particular em Lisboa) e face ao nosso privilegiado posicionamento geográfico, considero vital o papel do rio enquanto elemento agregador de sinergias em prol do desenvolvimento regional e da afirmação da marca Ribatejo.

Ser pai é uma exigente viagem para a vida que se justifica plenamente

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