O cavaleiro tauromáquico Luís Rouxinol é o novo padrinho da tertúlia vilafranquense Os Amigos do Muro e foi por ela homenageado, na noite de sábado, 25 de Novembro, pelos seus 30 anos de alternativa.
Tertúlia taurina que se preze tem de ter um padrinho à altura e por isso o cavaleiro mostrou-se emocionado ao descerrar uma placa evocativa da sua visita e que mostrava uma antiga foto sua numa montada. Mais tarde confessou a O MIRANTE que guarda boas memórias de Vila Franca de Xira, uma terra que, segundo o próprio, “respira” afición.
“Foi bastante importante lembrarem-se de mim e por ter sido escolhido é para mim um grande orgulho e satisfação. Este foi um ano importante para mim pelos meus 30 anos de alternativa e para o meu filho também, que tirou a alternativa. Tenho grandes memórias de Vila Franca de Xira. Das primeiras vezes que toureei ainda como cavaleiro amador foi aqui, nas garraiadas da sardinha assada. É algo que jamais poderei esquecer, ver a Palha Blanco completamente esgotada”, recorda.
As tertúlias são, no entender do cavaleiro, “uma parte bastante importante da festa” de toiros e uma forma de continuar a cativar novos aficionados. No jantar, os tertulianos cantaram os parabéns ao cavaleiro pelos seus 30 anos de alternativa, tirada a 10 de Junho de 1987 na monumental Celestino Graça em Santarém, tendo por padrinho João Moura e como testemunhas Joaquim Bastinhas e Rui Salvador.
Na homenagem estiveram presentes, entre outros convidados, o vereador com o pelouro da cultura, António José Félix e o presidente da Associação das Tertúlias Tauromáquicas do Concelho de Vila Franca de Xira, Nelson Lima.

Amigos inseparáveis
A tertúlia Amigos do Muro é uma das muitas que existem na cidade de Vila Franca de Xira e foi formalmente constituída no final de 2010. Antes disso já um grupo de amigos da cidade se juntava com assadores e grelhadores junto aos muros da Palha Blanco durante as esperas para ver as largadas, conviver e petiscar.
Com o passar dos anos e com o aumento do número de familiares e amigos envolvidos na festa o grupo passou a equacionar arranjar um espaço, alugado, no centro da cidade para se constituir como tertúlia. O nome, claro, manteve-se e os Amigos do Muro continuam a conviver e a respirar afición. E a tertúlia não poderia ficar melhor situada, num local nobre das esperas de toiros, mesmo ali, ao pé da linha de comboio ao fundo da rua Primeiro de Dezembro.
“Actualmente temos 22 sócios mas a casa está sempre cheia com muitos mais amigos e familiares. É também um importante espaço de convívio. Estamos sempre abertos, ao contrário de outras tertúlias da cidade que só abrem nas festas. Alugámos este espaço, muita gente nos cedeu quadros e outras memórias taurinas e aqui estamos com muito orgulho”, conta Joaquim Pedro, 60 anos, um dos vários “pais” da tertúlia.