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Águas do Ribatejo completaram dez anos de solidariedade entre municípios

Águas do Ribatejo completaram dez anos de solidariedade entre municípios

Empresa intermunicipal de água e saneamento quer continuar a defender os interesses das populações e a melhorar a qualidade ambiental dos concelhos que abrange. O décimo aniversário foi celebrado com inaugurações e anúncio de novas obras.

Nascida de um processo conturbado que motivou cisões entre municípios, trocas de acusações entre autarcas e ameaças de processos judiciais, a empresa intermunicipal Águas do Ribatejo navega hoje num ambiente mais sereno. E na altura em que completa dez anos de vida propõe-se continuar a assegurar um serviço público de proximidade com as populações e a melhorar a qualidade de vida das mesmas.
A empresa que gere as redes de abastecimento público de água e de saneamento básico nos municípios de Almeirim, Alpiarça, Benavente, Chamusca, Coruche, Salvaterra de Magos e Torres Novas celebrou o décimo aniversário no dia 13 de Dezembro, com a inauguração das renovadas ETAR (estações de tratamento de águas residuais) da Murteira, em Samora Correia, e da Quinta do Papelão, em Benavente.
Esses equipamentos, que estavam obsoletos, foram modernizados para servirem de apoio a uma super ETAR a criar no Porto Alto, cuja primeira pedra foi colocada pelo secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins. A obra está orçada em 4,6 milhões de euros e vai servir perto de 20 mil pessoas na freguesia de Samora Correia.
Foram ainda anunciadas novas empreitadas: no concelho de Torres Novas foi aprovado o financiamento, através do Programa Pprtugal 2020, do subsistema de saneamento de Rexaldia, na ordem dos 1,4 milhões de euros; e em Almeirim foi aprovada a remodelação da ETAR de Raposa, orçada em cerca de 80 mil euros.
Carlos Martins deu os parabéns à empresa e aos fundadores, “os obreiros que souberam ver o tempo antes do seu tempo” e que também estiveram presentes na sessão que decorreu no Centro Cultural de Samora Correia perante uma plateia de cerca de 200 convidados.
“Quem é que acreditava que sete municípios de pequena dimensão pudessem ter credibilidade suficiente junto das instituições para levarem por diante um sistema inovador que estava a ser seguido pelas Águas de Portugal e outros municípios de maior dimensão? Parecia impossível numa região onde existiram algumas desavenças, mas soubemos ultrapassá-las, o que nos levou a aprender a cultura da solidariedade que ainda hoje se mantém nesta casa”, disse António José Ganhão, ex-presidente da Câmara de Benavente e um dos pioneiros do projecto.
A visão inovadora mereceu também os parabéns do actual presidente do conselho de administração da Águas do Ribatejo e presidente da Câmara de Coruche, Francisco Oliveira. Ressalvou que “não se olhou à capacidade de investimento desigual dos municípios mas sim às necessidades de cada município para conseguir manter um equilíbrio territorial e suprir as necessidades das populações”. E garantiu que essa continua a ser a política da empresa..

“Estamos abertos à entrada de mais membros”

Presidente do conselho de administração da Águas do Ribatejo diz que há conversações com Santarém e Golegã, no sentido de esses municípios passarem a integrar a empresa.
Há interesse em que mais municípios se juntem às Águas do Ribatejo?
Estamos abertos à entrada de mais membros, quer tenham proximidade territorial com os outros sete ou não, e já estamos em fase de namoro com outros concelhos, nomeadamente Santarém e Golegã. O calendário político não abona a que estas negociações avancem com a rapidez que desejaríamos, mas acredito que nos próximos quatro anos haja mais tempo para essa agregação.
Com a entrada de mais municípios a empresa terá de alterar a sua estrutura?
Temos condições económicas e financeiras para agregar outros municípios e sabemos que se a empresa tiver uma dimensão maior também podemos ter uma maior eficácia no serviço que prestamos aos 150 mil consumidores desta região. Em termos regionais faz sentido agregar mais economias de escala que são fundamentais e que nos vão permitir manter a qualidade no serviço prestado.
Como vê a evolução da empresa nestes dez anos?
A nossa região, em termos de abastecimento de água, estava relativamente bem cotada, mas ao nível do saneamento básico tínhamos um défice de cobertura e tratamento muito grande. Estou em crer que se a Águas do Ribatejo não tivesse surgido os vários municípios não teriam chegado ao nível que têm hoje.
Quais são as prioridades para os próximos dez anos?
A principal é reduzir as perdas de água, que hoje significam um desperdício na ordem dos 91 milhões de euros. Se tivermos menos perdas também conseguimos um tarifário mais amigável para os nossos munícipes. Também nos preocupamos com as alterações climáticas e em conjunto com outras associações nacionais estamos a estudar a qualidade e disponibilidade dos nossos aquíferos, já que a Águas do Ribatejo recorre para abastecimento público apenas a águas subterrâneas, tirando no concelho de Torres Novas em que também recorremos à EPAL.
E no capítulo do saneamento básico?
Nesse campo queremos alargar a rede de saneamento a zonas que ainda não são servidas, apesar de haver áreas em certos municípios, como Coruche e Chamusca, muito dispersas e com pouca população onde é financeiramente incomportável fazer chegar a rede.

Autarcas pedem mais financiamento

O presidente da Câmara de Benavente, Carlos Coutinho, disse ao secretário de Estado Carlos Martins que há ainda “um longo percurso a percorrer” e que é preciso mais dinheiro para financiar a melhoria das infraestruturas dos vários municípios. Com a preocupação de uma gestão sustentável dos recursos de água, o presidente reforçou o objectivo de reduzir as perdas de água de 30% para 20%, depois do decréscimo já alcançado nos últimos oito anos de 50% para 30%, e também de garantir que a tarifa única praticada entre os sete concelhos, que tanta polémica deu quando foi implementada, possa baixar.

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