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Vinte pessoas apanhadas em rede de prostituição em Alverca e Vila Franca de Xira

Mulheres tinham casa, comida e roupa lavada; em troca tinham relações sexuais alimentando uma clientela. Esta foi a segunda rede desmantelada em menos de dois anos e autoridades suspeitam que se trata dos mesmos responsáveis.

Foi desmantelada pela Polícia de Segurança Pública (PSP), a poucos dias do Natal em Alverca do Ribatejo e Vila Franca de Xira, uma rede de prostituição que envolvia perto de duas dezenas de pessoas, entre prostitutas, proxenetas e clientes.
Foram detidas na operação desencadeada pela esquadra de investigação criminal, até ao momento, três pessoas - dois homens e uma mulher, com idades entre os 54 e os 58 anos. As investigações continuam e estão em causa crimes de lenocínio, prática de aliciação e exploração de comércio sexual e prostituição. Os detidos foram presentes ao Departamento de Investigação e Acção Penal da Comarca de Lisboa Norte, em Vila Franca de Xira, para primeiro interrogatório judicial, tendo ficado a aguardar julgamento em liberdade. Uma das mulheres usadas no esquema, estrangeira, ficou impedida de sair do país. As restantes são portuguesas.
Fonte próxima do processo revela a
O MIRANTE que a investigação policial foi desencadeada depois de uma denúncia. Suspeita-se que as mulheres seriam obrigadas a prostituir-se a troco de baixos valores monetários, em alguns casos inferiores a uma centena de euros por mês, tendo em troca comida, habitação e outras regalias caseiras. Não podiam afastar-se do controlo da matriarca da casa nem ausentar-se da região e não tinham dias de descanso.
Além de terem de receber em alguns dias mais de uma dezena de clientes por noite nos apartamentos que agora foram alvo de buscas, as mulheres eram também obrigadas a visitar os clientes ao domicílio ou em viaturas dos próprios, sendo depois forçadas a entregar a totalidade do valor pago à matriarca que, no fim do mês, dividia os valores.

Segunda rede em dois anos

Há suspeitas que esta rede possa estar relacionada com outra, desmantelada em Dezembro de 2015 pela PSP, que também operava a partir de Alverca. Nesse caso a investigação começou em Alverca e acabou em Portimão, local para onde eram transportadas as mulheres angariadas para prostituição. Os arguidos desse processo foram condenados por crimes de lenocínio com penas suspensas.
Nesse caso os crimes começaram na zona de Alverca, onde uma das suspeitas angariava e aliciava raparigas maiores de idade para trabalharem em hotéis de luxo na zona de Portimão, para serviços de limpeza, recepção ou cozinha, oferecendo garantias de salários acima da média e boas condições de trabalho.
Posteriormente, após aceitarem a proposta de trabalho, eram encaminhadas até Lisboa, onde eram apresentadas a outro suspeito. Com boa aparência e fazendo-se transportar numa viatura de alta cilindrada, transportava as vítimas até Portimão, onde supostamente iriam trabalhar num hotel luxuoso. Pelo caminho o suspeito informava as raparigas que a sua finalidade era a prostituição, ameaçando e coagindo as vítimas, de forma intimidatória, para garantir a sua permanência no local. Em Portimão outra mulher recebia as raparigas, apresentava-as aos locais e, através de classificados nos jornais, angariava clientes.

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