uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
Vendedores de frutas e legumes do mercado de Tomar voltaram para a rua
QUEIXA. Deolinda Neves e Branca Aurora dizem que agora têm piores condições de venda - foto O MIRANTE

Vendedores de frutas e legumes do mercado de Tomar voltaram para a rua

Município notificou os comerciantes para deixarem a tenda gigante, decisão que não agradou a quem ali tinha banca montada às sextas-feiras.

Os vendedores de frutas e legumes do mercado semanal de Tomar, que nos últimos anos tiveram as suas bancas instaladas numa tenda gigante, voltaram a vender na rua por decisão da Câmara de Tomar que quer dar outras utilidades ao espaço.
Os mercadores foram informados pelo município que teriam de deixar a tenda no início de Janeiro e voltar a vender os seus produtos no terreno do mercado ao ar livre. A medida, tal como o MIRANTE deu conta na edição de 4 de Janeiro, não agradou aos feirantes, que consideravam a tenda uma boa opção de conforto para eles e para os clientes. Os vendedores acataram a decisão da autarquia e instalaram as suas bancas na rua, no terreno junto à tenda, que agora está encerrada.
Manuel Reis, 75 anos, natural de Ourém, há 50 anos que vende cereais no mercado de Tomar. Considera que esta mudança para a rua foi um passo atrás nas condições para comerciantes e clientes. Uma opinião partilhada por Lisabete Salvador, de Tomar, cliente habitual do mercado. “Quando chove ou faz muito vento, como hoje, é desencorajador vir ao mercado e ter de fazer as compras na rua”, diz. A mesma opinião tem Maria Batista, 75 anos, que todas as sextas-feiras se desloca de Calçadas, Tomar, para comprar os legumes e as frutas para a semana.
Maria do Céu há quinze anos que vende no mercado de Tomar os legumes produzidos nos seus terrenos, em Alvaiázere, e conta que já teve muitos lugares no mercado. “Andam sempre a mudar e agora que até estávamos bem na tenda tivemos de vir para a rua”, afirma.
Os comerciantes como Nuno Vicente, que vende há quatro anos no mercado, e António Reis, que já conta quarenta anos a vender frutas e legumes, ainda tinham esperança de que a câmara os pudesse ouvir para chegarem a um entendimento e continuarem a ocupar a tenda à sexta-feira mas tal não aconteceu. “Há cerca de quinze dias fomos informados pelo fiscal da câmara que teríamos de deixar a tenda e voltar para a rua e cá estamos”, diz Nuno Vicente.
“Agora vir vender ao mercado é mais difícil porque, além do desconforto, ainda temos de trazer os materiais para montarmos a banca e as lonas de cobertura”, afirma Deolinda Neves, que adiantou a
O MIRANTE gastar cerca de uma hora e meia só para montar a banca.

Tenda vai acolher eventos
O vereador da Câmara de Tomar com o pelouro das feiras e mercados, Hélder Henriques, confirmou a O MIRANTE que a decisão de encerrar a tenda no mercado foi de todo o executivo. Adiantou que vão ser feitas obras de reparação da tenda que abrangem o piso, a canalização, a instalação eléctrica e a cobertura.
O autarca diz ter o maior respeito pelos vendedores mas considera que a utilização da tenda tem de ter uma abrangência maior do que apenas a sexta-feira, para venda de frutas e legumes. Hélder Henriques disse ainda que a tenda vai ser um espaço para promover encontros de coleccionismo, encontros de antigos alunos e no final do mês de Fevereiro vai receber a festa do frango assado. Outro dos eventos programado para o local é a comemoração dos 75 anos da Casa do Concelho de Tomar que terá uma mostra de artesanato e venda de produtos tradicionais.

Vendedores de frutas e legumes do mercado de Tomar voltaram para a rua

Mais Notícias

    A carregar...