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Queria continuar o negócio do pai e cumpriu o objectivo
João Penedo é um homem dos sete ofícios

Queria continuar o negócio do pai e cumpriu o objectivo

João Penedo gere uma empresa de venda de produtos ortopédicos com oficina de ortoprotesia em Santarém. Entrou no negócio por influência do pai, que trabalha no ramo há muitos anos.

João Penedo, 43 anos, é um verdadeiro homem dos sete ofícios. Faz atendimento ao público, executa tarefas de gestão e administrativas e, quando é preciso, também dá uma mãozinha na oficina de ortoprotesia na sucursal da empresa do seu pai, a OrtoRibatejana, um estabelecimento de venda de produtos ortopédicos em Santarém.
Nascido e criado em Santarém, João Penedo sempre teve um gosto especial pelos números e em continuar a empresa do seu pai, Ângelo Penedo. De tal forma que quando era pequeno já gostava de ir ajudar o pai na loja de material ortopédico, a OrtoRibatejana, que abriu em 1985. “Comecei por embalar caixas e, mais tarde, já atendia o público”, conta. Apoio foi o que nunca lhe faltou por parte da família. Em 1996 concluiu o bacharelato em gestão de empresas na Escola Superior de Gestão de Santarém e, em 1998, a licenciatura em gestão de empresas no ISLA de Santarém.
Entretanto, e como já tinha a ideia de abrir uma sucursal da empresa do pai, começou a frequentar, juntamente com o seu irmão mais novo, um curso de ortoprotesia no Instituto de Tecnologias e Saúde, em Lisboa. Esteve lá poucos meses pois a instituição teve de encerrar por não estar devidamente legalizada. Decidiu, então, voltar a Santarém e abrir uma pequena oficina de manufactura de palmilhas ortopédicas enquanto que o irmão foi tirar o curso de ortoprotesia em Manchester, Inglaterra. Esperou que ele regressasse e avançou de imediato para o seu projecto em 2004.
“Fomos os primeiros a abrir um estabelecimento no distrito com uma oficina de ortoprotesia”, afirma João Penedo. Assim, sublinha, a população do distrito já não tinha de se deslocar às grandes cidades sempre que necessitava de um artigo de ortopedia técnica, como uma prótese, uma ortótese por medida, um par de palmilhas por medida ou um par de calçado por medida.
Entre alegrias e tristezas, histórias não faltam ao empresário que vende produtos ortopédicos e possui uma oficina de ortoprotesia. “Não há nada melhor que ver uma criança a sorrir depois de adquirir uma cadeira de rodas, sabendo ela que terá a partir dali muito mais autonomia e liberdade”, adianta. Mas há também muitos momentos tristes, quando os clientes, sobretudo os mais idosos, saem do estabelecimento de mãos a abanar. “As reformas são baixas e não conseguem suportar os custos”, confessa. Além disso, há ainda quem prefira gastar os rendimentos noutras coisas em vez de darem prioridade ao que o médico lhes prescreve, deixando as suas necessidades para segundo plano.

Muitos técnicos e pouca oferta
João Penedo não tem dúvidas que, actualmente, o ortoprotésico é ainda pouco visto como um técnico de diagnóstico e terapêutica, relativamente a profissões como fisioterapeuta, terapeuta da fala ou higienista oral. “Somos ainda considerados a evolução do sapateiro”, adianta. Mas não é o único problema que o sector enfrenta. Para o escalabitano, neste momento o curso existe em demasiadas instituições superiores o que faz com que saiam muitos jovens licenciados em ortoprotesia todos os anos. “Não faz sentido tantos técnicos quando a oferta ainda é muito pouca na área”, afirma.

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