uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante

Fábrica das Palavras ou oficina de serração de madeiras?

Na minha qualidade de professora e frequentadora assídua e de longa data da Biblioteca Municipal de Vila Franca de Xira, penso que posso falar em nome dos muitos leitores que procuram aquele espaço cultural agora designado por Fábrica das Palavras.
Desta forma quero manifestar a minha mais profunda indignação pela forma como a câmara municipal desrespeita os munícipes ao instalar um estaleiro de carpintaria no interior do edifício, numa zona aberta para todas as salas de leitura.
Onde é que já se viu semelhante coisa, tão inefavelmente terceiro mundista? Uma carpintaria a funcionar numa biblioteca, com serras eléctricas, martelos, berbequins e outros instrumentos que não sei identificar, a reverberar ao longo de todos os pisos? Poderá haver algo mais absurdo e desrespeitoso para com os leitores presentes? Já não há limites, nem vergonha, nem um planeamento racional, tudo valendo para organizar eventos a qualquer preço?
Segundo consegui saber, tudo partiu da necessidade de organizar a Cartoon Xira na Fábrica das Palavras, porque em 2018 o edifício da Patriarcal não estaria disponível. E sendo assim vai realizar-se na Biblioteca, a qualquer preço, sem olhar a meios e métodos atentatórios do bem-estar dos muitos e habituais frequentadores das salas de leitura?
Se não existiam outras opções para realizar a Cartoon Xira em 2018, pois bem meus senhores….Pura e simplesmente não se fazia! Desta forma é que não!
Os senhores responsáveis pelos destinos da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira e os autarcas do PS em particular podem e devem orgulhar-se do novo edifício que hoje se chama Fábrica das Palavras mas não podem escamotear que esta será sempre, para a esmagadora maioria dos que a frequentam de 3ª feira a domingo, uma Biblioteca Municipal onde se convive, lê, estuda e se praticam diferentes formas de lazer cultural, de uma forma aprazível e convidativa, para cuja frequência aconselho (aconselhava?) os meus alunos, junto ao rio Tejo, mas sem o ruído infernal de toda uma parafernália de instrumentos eléctricos e mecânicos…Fábrica das Palavras ou oficina de serração de madeiras?
Alzira Vieira de Matos

Mais Notícias

    A carregar...

    Capas

    Assine O MIRANTE e receba o Jornal em casa
    Clique para fazer o pedido