uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
Arlindo Marques com apoios de peso no processo da Celtejo
Arlindo Marques tem-se destacado na denúncia da poluição no Tejo.

Arlindo Marques com apoios de peso no processo da Celtejo

Presidente da Câmara de Mação e juiz Carlos Alexandre vão ser testemunhas abonatórias do activista pela defesa do rio Tejo, processado por difamação. Assembleia Municipal de Mação vai atribuir prémio de cidadania ao ambientalista de Ortiga.

O presidente da Câmara de Mação, Vasco Estrela (PSD), e o juiz desembargador Carlos Alexandre, natural de Mação, vão ser testemunhas abonatórias do activista Arlindo Consolado Marques no processo que lhe foi movido pela empresa Celtejo. Arlindo Marques tem-se destacado na denúncia dos atentados ambientais que têm assolado o rio nos últimos anos.
Vasco Estrela lembrou que Arlindo Marques “conta com o apoio unânime de todos os eleitos da autarquia”, porque “tem ajudado a resolver um problema que é de todos”. Por isso, acrescentou, vai a tribunal defender o ambientalista: “Vou servir de testemunha abonatória de Arlindo Marques neste processo que a Celtejo lhe moveu, mas com muitos mais apoios o Arlindo pode contar nesta luta pela defesa de um Tejo com qualidade e sem poluição”, disse o autarca, advogado de formação.
Um desses apoios é o do juiz Carlos Alexandre, natural de Mação e que exerce no Tribunal Central de Instrução Criminal em Lisboa. O juiz afirmou que vai servir de testemunha abonatória por “conhecer bem o problema de poluição do rio”, nomeadamente na zona ribeirinha de Ortiga, onde chegou a ser sapador florestal e carteiro, e por estar “solidário com o exercício de cidadania” de Arlindo Marques.
“Vivi em Mação até aos meus 18 anos e em 1983, no meu 5.º ano de faculdade, fui carteiro em Ortiga, onde bati à porta daquela gente toda, pelo que conheço bem o rio, os seus problemas de poluição e a importância dos seus impactos no Tejo e de quem fazia vida dele”, referiu.

Assembleia municipal distingue Arlindo Marques
Entretanto, a Assembleia Municipal de Mação aprovou por unanimidade a instituição de um prémio de cidadania que vai ser atribuído pela primeira vez ao ambientalista Arlindo Marques, pelo seu envolvimento na defesa do rio Tejo.
“Sem ter a obrigatoriedade de ser atribuído anualmente a instituição deste prémio de cidadania vai ser entregue sempre que ocorram desempenhos que, de forma muito sólida, mostrem que devem ser reconhecidos”, disse o proponente José António Almeida, da bancada do PSD, sublinhando que a ideia da instituição deste prémio se “inspirou na acção cívica do ‘guardião do Tejo’, Arlindo Consolado Marques”, que será o primeiro galardoado.
José António Almeida, que é também o director do Agrupamento de Escolas de Mação - local onde decorreu no dia 8 de Fevereiro a sessão da assembleia municipal, com a presença de dezenas de alunos - salientou “a luta em defesa do rio Tejo” de Arlindo Marques, guarda prisional de profissão. Para o eleito social-democrata, a comunidade deve “reconhecer o trabalho desenvolvido em prol das comunidades ribeirinhas, do ambiente, do rio Tejo e da cidadania”. O prémio, sublinhou, “não é pecuniário”: trata-se de “um prémio simbólico que será entregue numa cerimónia” formal.
O autarca social-democrata afirmou que ser um exemplo de cidadania é perceber o que se pode fazer pela comunidade e entregar-se a uma causa, “independentemente dos processos que possam mover” contra o cidadão.

Análises à poluição no rio Tejo em segredo de justiça

A Celtejo, fábrica de pasta de papel da Altri, em Vila Velha de Ródão, defendeu a divulgação dos resultados das análises à poluição no rio Tejo colocados em segredo de justiça, como já pediram as associações ambientalistas. “A Celtejo concorda com os ambientalistas na importância da divulgação dos resultados das análises [feitas pela Inspecção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território]”, afirmou fonte da Celtejo.
As associações ambientalistas, Quercus e Zero, defenderam a necessidade de respeitar a decisão do Ministério Público que colocou em segredo de justiça o inquérito à poluição no rio Tejo, ainda que entendam que, por questões de saúde pública, os resultados deveriam ser públicos.
Em nota divulgada na sexta-feira, 9 de Fevereiro, a IGAMAOT referia que recebeu uma notificação do Departamento de Investigação e Acção Penal de Castelo Branco sobre o inquérito por crime de poluição no rio Tejo, na qual se lia que “todos os elementos já coligidos, bem como todos os demais elementos juntos e a obter, relativos à investigação no âmbito do processo de inquérito (...) se encontram sujeitos a segredo de justiça”.

Valores de oxigénio no Tejo já cumprem exigências regulamentares

No final da semana passada, o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, garantiu que os valores de oxigénio dissolvido na água do Tejo já cumprem as exigências regulamentares, após o episódio de poluição junto ao açude de Abrantes, a 24 de Janeiro. O governante lembrou que, a 24 de Janeiro deste ano, registava-se “um valor de oxigénio dissolvido baixíssimo, de 1,1 miligramas por litro”.
“Neste momento, em nenhum ponto de amostragem do Tejo, de todos os que temos, existem valores que sejam inferiores a seis. Isto é, todos cumprem exigências regulamentares que obrigavam ao mínimo de cinco miligramas por litro”, frisou. No entanto, o ministro explicou que, nesta altura, comparativamente ao ano passado e há dois anos, “o oxigénio dissolvido já deveria estar na ordem dos nove miligramas por litro”.

Arlindo Marques com apoios de peso no processo da Celtejo

Mais Notícias

    A carregar...

    Capas

    Assine O MIRANTE e receba o Jornal em casa
    Clique para fazer o pedido