A avaliação de professores da Escola Superior de Gestão e Tecnologia de Santarém (ESGTS) relativo ao período 2012-2014 ainda não está concluída apesar do presidente do Instituto Politécnico de Santarém (IPS) ter dado um prazo até 20 de Fevereiro último para o Conselho Técnico Científico da ESGTS fechar o processo, que se encontra envolvido numa grande confusão.
“Actualmente apenas está em falta a conclusão do processo de avaliação de um único docente, impedindo, assim, que seja efectuada a diferenciação de desempenho exigida por lei, para posterior remessa com vista a homologação”, informa a vice-presidente do IPS, Teresa Serrano, em resposta a questões colocadas por O MIRANTE.
Na mesma comunicação refere-se que a presidência do Politécnico de Santarém “advertiu, mais uma vez, os diversos intervenientes para a necessidade de uma conclusão célere de todo este processo”. Um processo que já devia estar encerrado há um par de anos e cujos resultados são importantes para a progressão na carreira e subida de escalão remuneratório dos docentes. “A competência para avaliação do docente em falta, nos termos das disposições internas, compete ao Conselho Técnico Científico da Escola, pelo que aguardamos que tal se verifique”, diz ainda a vice-presidente do IPS.
Em causa está a classificação de “Excelente” proposta para um professor do Departamento de Marketing, Fernando Gaspar, que foi posta em causa pelo Conselho Técnico Científico da ESGTS, com exigências e um escrutínio que não terão tido outros professores adjuntos.

Professor denuncia supostas irregularidades
Esta situação tem um ponto em comum com várias outras polémicas internas na Escola de Gestão envolvendo professores do Departamento de Marketing de Recursos Humanos e dirigentes da ESGTS. Luís Fé de Pinho, professor coordenador do Departamento de Marketing, denunciou à presidência do Politécnico de Santarém e ao seu sindicato supostas irregularidades neste processo, nomeadamente a existência de actas falsas e tratamento discriminatório ao professor Fernando Gaspar.
Fé de Pinho pediu mesmo a intervenção da presidência do Politécnico de Santarém para “repor a legalidade” nesse processo e questiona a classificação de “Excelente” (a mais alta) proposta para a presidente do Conselho Técnico Científico, Ana Costa, sem que a mesma esteja devidamente fundamentada. Refere também que do processo de avaliação do director da ESGTS, Vítor Costa, não consta o seu relatório de auto avaliação. Pelo que Vítor Costa, segundo o regulamento, devia ser classificado com um “Insuficiente” e não com um “Bom”, alega Fé de Pinho, considerando que se trata de “uma palhaçada e uma fraude”.

Director da Escola de Gestão não comenta o seu processo
Questionado por O MIRANTE, o presidente da ESGTS, Vítor Costa, solicitou esclarecimentos à presidente do Conselho Técnico Científico da ESGTS. Ana Costa, e posteriormente confirmou-nos que o processo de avaliação de professores não está concluído porque falta a proposta de classificação de um docente.
Sobre o seu processo de avaliação, Vítor Costa remeteu-nos para o Regulamento da Avaliação de Desempenho do Instituto que estipula como um dos princípios do regime de avaliação de desempenho “a confidencialidade, sujeitando todos os intervenientes no processo ao dever de confidencialidade sobre a avaliação”, pelo que disse não pode pronunciar-se sobre esse assunto em concreto.