Os quatro vereadores do Partido Socialista presentes na última reunião do executivo da Câmara de Abrantes chumbaram a proposta apresentada pelo vereador do Bloco de Esquerda (BE) Armindo Silveira que propunha a classificação do antigo Mercado Diário de Abrantes como imóvel de interesse municipal. A proposta foi rejeitada com quatro votos contra do PS e dois a favor, do BE e do PSD. A presidente, Maria do Céu Albuquerque (PS), não participou na reunião.
O vice-presidente da autarquia, João Gomes (PS), justificou a decisão desfavorável dizendo que dia 6 de Abril irá haver uma assembleia municipal extraordinária para debater esse ponto e, “por isso, não faz sentido enquanto câmara municipal assumir uma posição para já, porque como o vereador do BE disse, o interesse não é a classificação do imóvel mas sim evitar a sua demolição”, disse o autarca. “Durante a assembleia o PS pode reequacionar a sua tendência de voto”, acrescentou João Gomes.
O vereador do PSD, Rui Santos, considera que a “classificação do imóvel pode ser um mecanismo para a não demolição”. E sublinhou que “desde a primeira hora que o PSD tem manifestado essa intenção e não abdica dos seus princípios”.
O vereador do Bloco lamentou a posição do PS, até porque disse que lhe foi garantido via telefone pelo assessor do PS, David Ferreira, que os socialistas iriam abster-se nessa votação. Os vereadores do PS ficaram de boca aberta a olhar para Armindo Silveira.
A assembleia municipal extraordinária de 6 de Abril tem agendados apenas dois pontos: a Declaração de Interesse Municipal do imóvel do antigo Mercado Diário de Abrantes e a atribuição de um prémio de cidadania Heitor Consciência, um advogado muito conhecido de Abrantes que morreu há cerca de dois anos.