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Às portas da capital o baile da pinha ainda faz parte da tradição
Patrícia Tomás e Pedro Pereira foram coroados reis no Baile da Pinha

Às portas da capital o baile da pinha ainda faz parte da tradição

Casa do Povo de Arcena, em Alverca, dá continuidade a uma iniciativa que já viveu momentos de maior fulgor.

Música tradicional portuguesa, decoração festiva e uma pinha com 15 fitas coloridas pendurada ao centro. Assim se vestiu o salão da Casa do Povo de Arcena, em Alverca, que recebeu no sábado, 24 de Março, meia centena de pessoas para o tradicional baile da pinha. “É um costume muito antigo, que já se fazia no tempo dos nossos antecessores”, diz Angelina Novais, presidente da colectividade, sobre a origem deste baile.
A iniciativa, que tem como objetivo dar continuidade à tradição, é uma forma de reunir a população e dar a conhecer aos mais novos os costumes da localidade. Mas no baile poucos jovens entraram. Há 15 anos que a vice-presidente da Casa do Povo, Clara Negrinho, se lembra de participar no Baile da Pinha, mas reconhece a falta de interesse dos jovens nesta actividade. “É um problema com o qual nos deparamos hoje em dia. Há cada vez menos jovens a participar”, diz apontando como solução a criação de estratégias para cativar os mais novos, pois, de outra forma, “não haverá colectividade daqui a uns anos”.
Mesmo com a fraca adesão da juventude de Arcena a festa prosseguiu. E como não há baile sem música foi ao som das teclas e do cavaquinho que soaram as vozes afinadas do grupo musical Duo Aço K. Esta foi a terceira actuação do dueto formado pelos músicos Alex e Cameira. A música fazia-se em cima do palco e na pista os pares dançantes não arredavam pé. Foi já depois da meia-noite que os 15 pares inscritos para o momento alto da noite se reuniram em volta da pinha. Chamados um a um por ordem de inscrição, pela vice-presidente da Casa do Povo, aproximaram-se da pinha e escolheram uma fita, na esperança de que fosse aquela que a abria. Mulher à frente e homem atrás, como manda a tradição, os pares puxaram a fita depois da contagem até três, feita em uníssono.
A fita da sorte ficou nas mãos de Patrícia Tomás e Pedro Pereira, um casal que participou pela primeira vez. Conquistaram o título de reis do Baile da Pinha e foram coroados pelo par vencedor da edição anterior. Para além dos adornos e do título de rei e rainha ganharam os brindes da pinha: um bolo, uma garrafa de Vinho do Porto e um casal de pombos. Garantiram ainda a entrada livre para a próxima edição do evento.
Entusiasmados com o desfecho do baile, os protagonistas da noite descreveram-na como “uma experiência única e maravilhosa” e prometeram a sua presença na edição seguinte. Animados, como estiveram toda a noite, retornaram à pista de dança ao som de uma valsa.
A tradição cumpriu-se, mas a adesão não foi a esperada. “Correu tudo muito bem, mas estávamos à espera que viesse mais gente”, comentou a presidente no final do baile. Os lucros das entradas e das inscrições para a puxada da fita foram escassos e a colectividade cultural e desportiva, que completou recentemente 84 anos, teme que o cenário se volte a repetir em eventos futuros.

Às portas da capital o baile da pinha ainda faz parte da tradição

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