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31 anos do jornal o Mirante
Um licenciado em Química que gere a freguesia de Monsanto
Samuel Frazão é o actual presidente da Junta de Freguesia de Monsanto

Um licenciado em Química que gere a freguesia de Monsanto

Samuel Frazão, de 31 anos é o mais bairrista dos bairristas

Licenciou-se na Universidade de Évora e é presidente da Junta de Freguesia de Monsanto no concelho de Alcanena. Foi lá que nasceu e só não é lá que vive por uma questão de amor. Como a esposa Marta é de Lisboa negociou com ela uma localização neutra para a casa de família mas deve ter feito alguma batota porque comprou casa em Alcanena. Considera que a sua obra prima é a filha Luísa que sonha ver crescer e viver...em Monsanto, claro!

Este ano ainda só nasceu uma criança em Monsanto. É uma menina. Há cada vez menos gente jovem nas aldeias. Tínhamos uma equipa de futebol com prestígio que acabou por falta de praticantes. Como presidente da junta quero ajudar a inverter esta tendência de desertificação.

Enquanto presidente da junta decidi atribuir um cabaz com produtos aos bebés que sejam registados aqui. É uma ajuda singela no valor de 250 euros mas a juntar ao cabaz da Câmara de Alcanena, no valor de 500 euros. Pode ajudar a incentivar a natalidade.

Na freguesia há trabalho e temos qualidade de vida. Temos também uma boa localização geográfica. São factores que podem ajudar à instalação de jovens casais em Monsanto.

Fiz a licenciatura em Química na Universidade de Évora. Depois de terminar o curso comecei logo a trabalhar numa empresa de vinhos, em Tomar, e tive vários convites para trabalhar em Lisboa e até no estrangeiro mas o coração falou mais alto e decidi abrir uma empresa e ficar em Monsanto.

Abri a minha empresa de consultadoria há seis anos. Também ajudo os meus pais na pequena empresa de curtumes de que são proprietários, onde fazem só peles camurça. Faço a parte comercial, a gestão dos clientes.

Nasci em Monsanto e toda a minha infância foi aqui passada a brincar com os meus seis amigos da mesma idade. Jogávamos à bola, andávamos de bicicleta, fazíamos todo o tipo de diabruras próprias da idade.

O meu avô paterno, Eurico Frazão, era aguadeiro nas fábricas de curtumes. Mais tarde abriu uma taberna que eu recordo com saudade. Era um lugar onde todos se reuniam para um copinho de tinto, um petisco e dois dedos de conversa.

Há obstáculos que temos que ultrapassar para melhorar a atractividade. O mau estado da Estrada Regional 361, entre Amiais de Cima e Alcanena, e as restrições à construção de habitações em Monsanto, por causa do Plano Director Municipal de Alcanena e dos entraves do Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros, são dois deles.

Pelo que me dizem o Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros está a condicionar a requalificação da estrada. Seja como for as obras vão avançar. Não quero terminar este mandato com a estrada por arranjar.

Se esta situação não for desbloqueada a nossa posição vai endurecer. Aquela estrada é fundamental para o desenvolvimento de Monsanto. São apenas quatro quilómetros que nos separam de Alcanena e com a estrada arranjada muitas pessoas que moram em Alcanena preferiam morar em Monsanto porque é uma freguesia com um património natural único e muita qualidade de vida.

Comecei a tocar saxofone com oito anos na escola de música “Acorde”. A música é uma das minhas paixões. Há dezassete anos que toco na Banda da Gançaria e ajudo na Bandinha Mirense quando me pedem. Gosto muito de tocar nas bandas. Entre uma actividade política e um concerto com a banda ganha o concerto.

Comprei uma casa em Alcanena e é lá que moro para fazer a vontade da minha esposa, Marta. Eu sou de Monsanto mas ela é de Lisboa. Escolhemos um lugar neutro para morar. Espero no futuro poder construir uma casa em Monsanto para a minha filha Luísa, que tem agora dois anos, poder ter a oportunidade de viver no melhor lugar do mundo.

Gostaria de inscrever Monsanto como a Capital do Tordo. Para já estamos a fazer o Festival do Tordo anualmente. Gosto muito de bons petiscos e sou tão bom cozinheiro como apreciador. A morcela de arroz, o chouriço assado, os petiscos de caça, tudo me agrada muito. A nível gastronómico Monsanto pode oferecer tudo isso e muito mais, nas festas tradicionais e nos restaurantes da freguesia.

Há sempre coisas para fazer. Temos estradas para arranjar, edifícios públicos para requalificar, património religioso para preservar. Também queremos fazer um Centro de Dia. Temos limitações financeiras mas espero conseguir concretizar muitas destas obras.

Um licenciado em Química que gere a freguesia de Monsanto

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