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MP pede pena “exemplar” para dois acusados da morte de taxista do Entroncamento
Américo Lopes é um dos dois acusados da morte do taxista do Entroncamento

MP pede pena “exemplar” para dois acusados da morte de taxista do Entroncamento

A leitura do acórdão está marcada para o próximo dia 7 de Maio

O Ministério Público pediu na segunda-feira ao Tribunal de Santarém para que aplique uma pena de prisão “exemplar” aos dois homens acusados do homicídio de um taxista do Entroncamento, frisando as condutas “muito violentas” e a “grande frieza” demonstradas.
A procuradora considerou ter ficado provado durante o julgamento que a morte de António Pedro, ocorrida na noite de 1 de Maio de 2017, no culminar de uma série de crimes que incluíram sequestro e roubo qualificado, foi premeditada e resultou da acção de ambos os arguidos. “Foram condutas perpetradas com grande sangue frio, todas muito violentas, que culminaram com a perda de uma vida”, declarou, pedindo ao colectivo de juízas que a pena de prisão a aplicar “seja exemplar”.
Um dos arguidos, Américo Lopes, assumiu na segunda-feira ter sido o autor das facadas no peito e no pescoço de António Pedro, mas afirmou que o outro arguido, Luís Peixoto, agiu sempre “em conjunto”.
Ao contrário de Luís Peixoto, Américo Lopes quis falar antes do encerramento do julgamento, declarou estar arrependido e pediu desculpas às vítimas dos vários crimes, em particular à viúva do taxista.
Reafirmou que conhecia António Pedro, a quem devia favores, mas negou que o facto de este ter deposto contra si num processo que correu no Tribunal de Santarém o tenha levado a planear a sua morte. O arguido relatou que ligou ao taxista para pedir transporte para Tomar e contou como, com Luís Peixoto, se apoderou dos objectos em ouro, dos cheques e do cartão Multibanco da vítima, ficando depois com medo de que este os viesse a denunciar.
Américo Lopes assumiu que foi ele que manietou a vítima com uma gravata vermelha antes de o colocarem no banco de trás do táxi e de o levarem para o local onde depois ocorreu o crime. O arguido disse ao tribunal não “encontrar justificação” para o que fez, assumindo que esteve preso várias vezes por roubo, mas que nunca tinha feito “mal a ninguém”. O seu advogado pediu ao tribunal que atenda aos factos e ao papel desempenhado por cada um dos arguidos e que reconheça que não houve premeditação.
Apesar da insistência do mandatário, o outro arguido não quis prestar declarações, tendo o seu advogado procurado demonstrar que a liderança em todos os casos de que estão acusados foi assumida por Américo Lopes e que, ao contrário deste, Luís Peixoto não tem antecedentes criminais e colaborou sempre com as autoridades.

Sequestros, violação e extorsão
Para o advogado, não foram também conclusivos os depoimentos e as perícias efectuadas sobre a alegada violação, por Luís Peixoto, da mulher que ambos terão sequestrado, na noite de 27 de Abril de 2017, no estacionamento do Hospital de Torres Novas e à qual terão dado três comprimidos para dormir, depois de feitos vários levantamentos de dinheiro com o seu cartão Multibanco.
Contudo, Américo Lopes reafirmou ao tribunal a acusação que já havia proferido na fase de inquérito, relatando a forma como terá ocorrido a violação, tendo igualmente o Ministério Público considerado que os vestígios encontrados confirmam esta versão.
Os dois homens, com 56 anos, são acusados, além da prática dos crimes de homicídio qualificado, profanação de cadáver, sequestro e roubo qualificado cometidos sobre o taxista, de crimes de sequestro e roubo qualificado, na forma consumada, sobre uma mulher, sendo que Luís Peixoto responde também pelo crime de abuso sexual de pessoa incapaz de resistência e por condução sem habilitação legal, e Américo Lopes por extorsão na forma tentada sobre uma advogada de Almeirim e sequestro e furto qualificado na forma tentada sobre a mulher que conseguiu fugir no estacionamento de uma grande superfície em Torres Novas.

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