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Reclamar

Como é que uma pessoa com saúde e trabalho, a viver num bom sítio, pode fazer da reclamação uma rotina? Muita coisa pode estar menos bem mas apenas uma depende efetivamente de mim para mudar: a forma como vejo o mundo, a minha atitude.

Não parece mas é verdade, todas as semanas penso em escrever coisas positivas e não reclamar. Mas o país não ajuda e as nossas cabeças estão muito mais dimensionadas para o “mal dizer”. É bem mais fácil. Muito mais fácil se ficarmos por aí e se não pensarmos em melhores alternativas: como fazer melhor? O mundo seria muito mais feliz se andássemos todos pela positiva, a começar por mim.
Reclamar é dar força ao que não queremos; isto é, a coisa fica ainda pior. Na verdade, o principal ator da minha vida sou eu e por isso sou eu que decido os tons daquilo que vejo. Alguém escreveu um dia que “o mundo é aquilo que vemos”. O “queixume” é um tema com enormes paradoxos; um desafio permanente. O meu dia típico começa cedo numa piscina que me dispõe muito bem, há dias em que também lá termina. Tenho o privilégio de poder escolher assim, nada de especial exige, tão pouco condição financeira. Isto é, qualquer dos meus vizinhos o pode fazer; bem o apregoo sem grande resultado. Cada vez mais suspeito que em tudo o resto também assim é, nada mais que escolher. O reclamar o que me vai trazer? Mais reclamar. Exatamente o contrário daquilo que desejo. Acresce que a maior parte dessas reclamações apenas tem o efeito de contaminação, “poluição sonora ou escrita” que alimenta a coisa. Como é que uma pessoa com saúde e trabalho, a viver num bom sítio, pode fazer da reclamação uma rotina? Muita coisa pode estar menos bem mas apenas uma depende efetivamente de mim para mudar: a forma como vejo o mundo, a minha atitude. Um antigo provérbio russo diz que “se quiser limpar o mundo inteiro comece varrendo a porta de casa”. Na verdade, a transformação que procuramos nunca está “lá fora”. A felicidade é uma escolha e essa escolha é de cada um. “Bem-vindos às quintas-feiras sem queixas” é um bom desafio. Vamos a isso?
Carlos A. Cupeto
Universidade de Évora

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