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Os moralistas e as suas murchas soluções sobre prostituição e jornais

É de espantar que o advogado e ex-autarca da CDU em Santarém, como João Madeira Lopes, vá dizer num debate sobre prostituição (no fórum Mário Viegas em Santarém) que os jornais deviam “formar e não promover a prostituição”, depois de reconhecer que é graças aos anúncios das prostitutas que algumas redacções ainda estão de pé.
As receitas dos jornais caíram a pique porque os anúncios obrigatórios de instituições e organismos oficiais deixaram de ser obrigatórios; porque muitas empresas, devido à crise e à falta de poder de compra dos portugueses, reduziram drasticamente os orçamentos para publicidade; porque a maioria dos cidadãos não foi educado para ler jornais, restando os anúncios das prostitutas para continuar a existir imprensa livre porque elas não cortam a publicidade quando ela não lhes agrada como fazem muitos empresários e principalmente políticos locais.
Assim sendo, como pode o senhor Madeira Lopes vir pedir aos jornais que boicotem os anúncios dos seus raros anunciantes e passem a ser os guardiões da moral e dos bons e hipócritas costumes? Acaso quererá ele acabar em definitivo com os jornais, já que a prostituição irá sempre existir?
Sou leitor de jornais regionais, nomeadamente de O MIRANTE. Alguns já fecharam. Outros estão com dificuldades porque há presidentes de câmara, empresários e instituições que não gastam dinheiro em publicidade porque não gostam de uma imprensa livre. Infelizmente as prostitutas só colocam a publicidade nos jornais de Lisboa e Porto porque se também a colocasse aqui talvez a situação fosse outra. Detesto estes falsos moralismos.
Já agora, em relação a um outro participante referido na notícia chamado Carlos Cruz e à sua referência à procura pelas mulheres de Leste e ao furor que fizeram os “bumbuns” das brasileiras. Meu caro senhor, estranho que desconheça que antes da chegada delas já havia prostituição em Portugal. E se elas forem todas embora vai continuar a haver.
João Manuel Malaquias Serrano

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