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Romaria ao Senhor Jesus da Boa Morte continua a aliar a fé e o convívio
Vilafranquense continuam a honrar a tradição do Senhor Jesus da Boa Morte

Romaria ao Senhor Jesus da Boa Morte continua a aliar a fé e o convívio

Cumpriu-se a tradição religiosa de Povos, Vila Franca de Xira, na Quinta-feira de Ascensão. A procissão já mobilizou mais crentes. Hoje, muitas famílias e amigos reúnem-se junto ao santuário para confraternizar e há quem não participe nos actos religiosos da romaria.

A procissão ao Santuário do Senhor Jesus da Boa morte, em Povos, Vila Franca de Xira, reuniu algumas centenas de fiéis católicos, no alto do miradouro, em Quinta-feira de Ascensão, 10 de Maio (ver também fotos na última página da edição Vale do Tejo). O cortejo da procissão arrancou junto ao pelourinho de Povos, ao som de rezas e cânticos. Apesar de o cortejo fazer parte da tradição, assim como a celebração da eucaristia e a bênção das terras da lezíria - este ano presidida pelo bispo auxiliar de Lisboa, D. Nuno Brás Martins - houve quem preferisse ir de automóvel até ao santuário para assegurar um lugar à mesa.
Maria do Céu, a matriarca da família Fernandes, disse a O MIRANTE, que vai ao santuário há 65 anos, na Quinta-feira de Ascensão, em homenagem à promessa da sua falecida mãe. Hoje, com 73 anos, a pouca mobilidade não lhe permite fazer o percurso a pé, mas não deixa de reunir a família para que a tradição não se perca. “Desde os nove anos que venho aqui. A promessa já foi paga, mas todos os anos a família Fernandes continua a vir”, disse Maria do Céu. Com lugar à sombra, música e o farnel em cima da mesa, a família Fernandes continua a perpetuar a tradição, com ou sem promessa.
Por sua vez, a família Caetano só teve um elemento a participar na procissão. Já em torno da mesa e da grelha com febra assada juntaram-se mais de uma dúzia de pessoas. “É um convívio entre a família e os amigos. Vimos todos os anos, para fazer a festa”, comentou um elemento da família.
A Tertúlia ao Redor do Copo e a Tertúlia Zás e Vira, ambas sediadas em Vila Franca de Xira também são presença assídua há vários anos. Sílvia Sousa, da Tertúlia ao Redor do Copo, diz que ainda há quem se mova pela fé, mas “é mais para cumprir a tradição, num dia de muita comida, bebida e bailarico”, que começou antes das celebrações oficiais terminarem. Ainda assim, no momento da procissão e bênção da lezíria a tertúlia largou o copo e seguiu o cortejo religioso.

“Antigamente isto era uma feira autêntica”

“Zé dos bolos de Mafra”. Assim se dá a conhecer a O MIRANTE o comerciante que marca presença na romaria ao Santuário do Senhor Jesus da Boa Morte, há 51 anos. Este ano foi o único a montar banca junto ao santuário. Em meio século de presenças nesta festividade já viu muita coisa mudar. “Antigamente isto era uma feira autêntica, cheia de barracas até ao fundo do santuário. Agora só eu me mantenho aqui”, disse. Outra das diferenças que nota é que há menos gente na procissão e que as carteiras estão mais vazias, pois apesar de ser o único vendedor e de ter clientes fidelizados, diz que as pessoas compram menos. “Em vez de levarem 10 euros em bolos levam só metade”. Solitário e a lucrar menos do que em anos anteriores, o comerciante garante, que vai continuar a montar a sua banca de bolos no santuário e se a saúde já não o permitir, “os filhos asseguram o negócio”.

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