uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante

Enfermeiros do Hospital de Santarém em greve durante três dias

No final da concentração de terça-feira, que marcou o arranque do protesto, os enfermeiros libertaram balões para simbolizar a “rapidez” com que os profissionais entram e saem da instituição.

Duas dezenas de enfermeiros concentraram-se na manhã de terça-feira, 5 de Junho, à entrada do Hospital Distrital de Santarém (HDS) com 50 balões brancos para simbolizar o número de profissionais em falta “premente”, assinalando o primeiro de três dias de greve nessa unidade de saúde. No final da concentração, os enfermeiros libertaram os balões para simbolizar a “rapidez” com que os profissionais entram e saem desta instituição.
Helena Jorge, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), disse aos jornalistas que a paralisação acontece antes das férias de Verão, um “ciclo muito complicado e grave”, e num momento em que os turnos já funcionam com um número de profissionais diminuído e em que o volume de horas extraordinárias já é “absolutamente incrível”, deixando as equipas “completamente exaustas”.
Segundo o SEP, para cumprir o estipulado nas Dotações Seguras e permitir o cumprimento dos horários de 35 horas semanais, o HDS necessitaria de mais uma centena de enfermeiros (metade dos quais de forma premente), a juntar aos cerca de 570 profissionais da instituição.
“O que estamos a fazer é um sinal de boa vontade que com o Governo anterior não tivemos”, afirmou Helena Jorge, lembrando a paralisação de quatro dias no Verão de 2014 e frisando a disponibilidade de, “colmatadas as faltas emergentes”, prosseguir o esforço de manter os níveis de segurança nos cuidados prestados.
A dirigente do SEP afirmou que o conselho de administração do Hospital de Santarém “até tem pedido enfermeiros”, mas não tem autorização para contratação. “Era isso que não estávamos à espera neste Governo”, afirmou, lamentando que, sendo o ministro Adalberto Campos Fernandes um profissional da área, não consiga “entender quanto a falta de 50 enfermeiros faz numa instituição como esta”.
Helena Jorge lamentou que o Ministério das Finanças não tenha autorizado, até segunda-feira, as contratações pedidas pelo Hospital de Santarém, como o sindicato havia solicitado numa carta endereçada na semana passada. Se tivesse dado autorização, declarou, os enfermeiros teriam suspendido a greve. “Não foi nossa má vontade. Foi má vontade do ministério”, afirmou.
A sindicalista referiu as consequências da falta de enfermeiros para os doentes, que, disse, “têm aumentado muito”, sendo as taxas de ocupação do hospital “muito elevadas” e as equipas reduzidas de seis para três ou quatro profissionais, pondo em causa a qualidade e a segurança dos cuidados.

Mais Notícias

    A carregar...