Tem Telmo Faria toda a razão: por ser tão curta a distância entre Santarém e Azinhaga, foi o signatário (em dois anos) 17 vezes à terra natal de José Saramago, a fim de acompanhar e, com partilhado esforço de um grupo de leitores, pagar a estátua erguida ao preclaro escritor, com sua generosa permissão. Na verdade, coube ao grupo “Mais Saramago”, sediado em Santarém, suportar a totalidade dos custos de tão importante monumento, erguido na Azinhaga.
Quem esteve no Centro Cultural Regional de Santarém, no pretérito dia 18 de Junho de 2018, verificou que, no essencial, os inéditos de José Saramago, então divulgados, não respeitam a qualquer carta enviada ao signatário. A este propósito, convirá ler o que disse José Saramago a João Céu e Silva, com vista à composição do livro “Uma longa viagem com José Saramago”. Vem na página 283, desta magnífica obra de Céu e Silva.
O melhor romancista português, laureado com o Premio Nobel, deixou ali exarado algo mais valioso do que qualquer epistolário. Permite “integrar” trabalhos seus, até então, desconhecidos, “por assinar”, no “corpus da obra”.
A convite do senhor presidente Vítor Guia, tais pepitas de ouro literário serão, igualmente, apresentadas na Azinhaga, terra que há muito conheço e admiro.
José Miguel Noras