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Indústrias de Alcanena têm de fazer melhorias até Setembro para anularem maus cheiros

Odores incomodativos devem-se a reacções químicas de produtos lançados para a ETAR

Vinte e duas empresas do sector dos curtumes em Alcanena têm de aplicar até Setembro algumas alterações para reduzirem os impactos ambientais, que têm levado a maus cheiros intensos em determinados períodos. Segundo uma análise que tem vindo a ser feita, verifica-se que as indústrias libertam para a rede de colectores e por sua vez para a Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETER) sulfuretos, resultantes do processo de tratamento das peles. Quando este composto se mistura com outros elementos lançados nos colectores provoca-se uma reacção química que origina o odor a ovos podres e carne em decomposição.
A origem dos odores está nas indústrias, mas liberta-se na zona de entrada da estação de tratamento em contacto com o ar, uma vez que esta parte do equipamento está a céu aberto. Esta é uma das conclusões do estudo da Universidade de Aveiro encomendado pela Associação de Utilizadores do Sistema de Tratamento de Águas Residuais (AUSTRA). Um estudo que decorreu em 2017 com base em medições de 2016. O estudo diz ainda que os maus cheiros sentem-se com mais intensidade em Filhós, Louriceira, Pousados e Raposeira. Isto porque os ventos que atingem a ETAR são predominantes de Norte e Nordeste.
As medidas que já começaram a ser implementadas nas indústrias, em articulação com a AUSTRA e o Centro Tecnológico das Indústrias do Couro (CTIC), passam pela colocação de um sistema de lavagem de gás sulfídrico. Sendo também uma das acções previstas no plano definido para este ano pelo Observatório Ambiental, criado em Janeiro por iniciativa do município e integrando todas as entidades que, directa ou indirectamente, têm responsabilidades e competências nesta área.
O município já anunciou também que vai avançar para análises aos efluentes das 22 indústrias que usam sulfuretos e para a monitorização regular da qualidade do ar. Também a AUSTRA vai avançar em breve com obras na zona de entrada da ETAR. O objectivo é a colocação de bio-filtros nessa área, que permitem neutralizar compostos que possam ser tóxicos e odores.

Câmara encomendou estudo e reúne elementos para dar ao Ministério Público
A presidente da Câmara de Alcanena, Fernanda Asseiceira (PS), anuncia que está a reunir toda a documentação e prova factual para, se houver indícios de situações que possam configurar crimes ambientais, fazer uma participação ao Ministério Público. Nesse sentido estão a ser analisados os dados referentes a auditorias feitas à ETAR e ao aterro sanitário.
Para Fernanda Asseiceira, o que aconteceu nos meses que antecederam as eleições autárquicas de Outubro “foi inexplicável, porque era todos os dias, de manhã, à tarde, à noite”. É por isso, lembra, que o próprio município também encomendou o estudo e está a analisar os parâmetros tanto na ETAR, como junto das principais unidades industriais. “Não se pode repetir esta situação”, alertou a autarca.

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