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Sentem-se tão exaustos que já nem querem saber de mim?

Todos os dias leio títulos assustadores nos jornais relativos ao sentimento de exaustão da maioria dos elementos de diversos grupos profissionais que trabalham maioritariamente para o Estado. E fala do sentimento porque a exaustão não resulta de qualquer estudo feito por profissionais de saúde, por exemplo, nem poderia resultar uma vez que os mesmos também se sentem exaustos.
Aquela senhora que um dia destes me atendeu no registo em Santarém, por exemplo, também estava exausta e eu era o primeiro da fila. Ela própria o reconheceu quando desabafou. Ainda agora aqui cheguei e já estou cansada.
Para além de exaustos essa larga maioria de profissionais exaustos de que falam os jornais aos transcreverem os comunicados dos sindicatos, também dizem que ganham pouco e que isso os torna ainda mais exaustos.
Eu acredito que tanta gente se sinta exausta e mal paga. Eu, desde que comecei a trabalhar - e já lá vão trinta e dois anos - sempre me senti exausto e mal pago. Aliás, pensando bem, já me sentia assim ainda antes de começar a trabalhar. E se escrevo é só para que a minha situação apareça num jornal. É que, como não sou professor, nem médico, nem enfermeiro, etc, etc, mas um mero vendedor, se não forem vocês a publicar-me esta carta, nunca na vida o meu sentimento de exaustão aparecerá na comunicação social. E muito menos este sentimento de que ganho pouco para o trabalho que faço.
António Franquelim Sousa Ouro

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